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    Ibovespa fecha em queda de 1,18% e o dólar encerra a R$ 5,27, à espera do Copom

    Principal índice da bolsa terminou esta quarta-feira aos 111.894,36 pontos, enquanto a moeda norte-americana teve leve alta de 0,05%

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O Ibovespa encerrou esta quarta-feira (2) em queda de 1,18%, aos 111.894,36 pontos, interrompendo um movimento de alta iniciado em janeiro, sob pressão das ações de bancos – contaminadas pelo resultado abaixo do esperado do Santander – e com a pressão dos papéis da Petrobras.

    Os investidores estão atentos à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros, a taxa Selic, que será divulgada à noite após o fim da reunião do órgão.

    Já o dólar fechou estável, com leve alta de 0,05%, cotado a R$ 5,275, após quatro quedas consecutivas. Alguns participantes do mercado também atribuíram a recuperação da moeda norte-americana a um movimento de ajuste após a desvalorização, acumulada em 3,04% entre quinta-feira (27) e terça-feira (1º).

    Na terça-feira (1º), a moeda norte-americana caiu 0,62%, cotado a R$ 5,273, o menor valor em quatro meses e meio. O Ibovespa fechou com alta de 0,97%, aos 113.228,31 pontos.

    Dólar

    O real também tem sido beneficiado por um cenário de migração de investimentos para mercados emergentes e ligados a commodities diante da expectativa de alta de juros pelo Federal Reserve, junto com as altas na Selic realizadas pelo Banco Central, que devem continuar em 2022.

    A expectativa do mercado é que o Copom eleve a taxa básica de juros, a taxa Selic, em 1,5 ponto percentual na quarta-feira, de 9,25% para 10,75% ao ano. O movimento favorece o real, tornando os títulos do Tesouro mais atrativos, mas é negativo para as ações, já que também torna a renda fixa mais atrativa que a variável.

    Nesse cenário, o saldo de investimentos estrangeiros em janeiro ficou positivo em mais de R$ 28 bilhões.

    Commodities

    Os investidores têm realizado um processo de migração para áreas ligadas a commodities e para os mercados emergentes, o que favorece o Brasil e o real, já que a bolsa brasileira possui uma grande quantidade de empresas ligadas ao setor.

    Expectativas de mais medidas pró-crescimento na China, enquanto pressões econômicas baixistas persistem, estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, disseram analistas, o que leva a altas nos preços.

    No caso do petróleo, analistas do Goldman Sachs afirmam que os preços do petróleo Brent devem superar os US$ 100 por barril neste ano. Segundo eles, o mercado de petróleo continua em um “déficit surpreendentemente grande” já que o efeito da variante Ômicron do coronavírus na demanda pela commodity é, até agora, menor do que o que era esperado. Além disso, as tensões na Ucrânia afetam os preços.

    Brasil

    Na cena local, o aumento do risco fiscal segue no radar dos investidores. Um projeto de lei sobre os impostos sobre combustíveis, chamada de PEC dos Combustíveis, elevou os temores de um descontrole fiscal.

    Um analista de mercado define que a percepção é que o governo está partindo para o tudo ou nada, e deve caminhar para medidas mais populistas para elevar sua popularidade até as eleições.

    Segundo projeção da equipe de análise da XP, a PEC pode diminuir a arrecadação entre R$ 70 bilhões e R$ 100 bilhões. Entretanto, o governo já discute incluir apenas o diesel no texto, sem a gasolina.

    Ontem, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que é o Congresso quem deve apresentar a PEC dos combustíveis. O presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), disse que a PEC vai focar no diesel. Em evento na terça-feira, o ministro Paulo Guedes também se colocou como favorável à ideia.

    Se de fato a isenção se restringir ao diesel, a perda de arrecadação deve cair de R$ 70 bilhões para R$ 20 bilhões. A avaliação de analistas é que o mercado pode reagir bem com um subsídio mais modesto – mas não descartam a pressão por mais isenções.

    Os parlamentares voltam nesta quarta-feira do recesso, e analistas alertam que, com a reabertura de trabalhos no Congresso, pressões por aumentos de gastos públicos podem voltar a pressionar a bolsa.

    Nesta sessão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1° de abril de 2022.

    Sobe e desce da B3

    Veja quais foram os principais destaques desta quarta-feira:

    Maiores altas

    • Positivo (POSI3) +3,57%;
    • Qualicorp (QUAL3) +1,60%;
    • Cielo (CIEL3) +1,30%;
    • Bradespar (BRAP4) +1,19%;
    • Rede D’Or (RDOR3) +0,89%

    Maiores baixas

    • Banco Inter (BIDI11) -9,54%;
    • IBR Brasil (IRBR3) -9,04%;
    • BRF (BRFS3) -7,77%;
    • Banco Pan (BPAN4) -7,34%;
    • Magazine Luiza (MGLU3) -7,13%

    Fed

    Na semana anterior, o mercado continuou a precificar uma possível alta de juros nos Estados Unidos depois da reunião de política monetária do banco central norte-americana e seu comunicado, divulgado na quarta-feira (27).

    O documento não trouxe grandes novidades para os investidores, com o Fed mantendo os juros no intervalo entre 0% e 0,25%, mas afirmando que espera ter as condições necessárias para elevar as taxas “em breve”. A expectativa é de alta na reunião de março.

    O tom do comunicado mais ameno chegou a impulsionar as bolsas, mas os índices tiveram queda com o teor mais rígido do presidente da instituição, Jerome Powell, na entrevista coletiva logo depois.

    A perspectiva de elevação dos juros aumenta a atratividade da renda fixa sobre as ações nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, pode fazer com que investidores busquem mercados mais resilientes e baratos, como o europeu e os emergentes, e migrem para ativos em alta, como as commodities.

    Qualquer alta de juros no país, porém, pode afetar os investimentos no Brasil, já que torna os títulos do Tesouro norte-americana ainda mais atrativos para os investidores.

    *Com informações de Priscila Yazbek e da Reuters

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