Governistas veem vazamento de áudios como estratégia para poupar Bolsonaro
Em áudios revelados pela revista Veja, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirma ter sido pressionado a relatar fatos que não aconteceram; STF vai ouvir militar e pode reavaliar delação
Parlamentares da base do governo federal no Congresso Nacional e interlocutores do Palácio do Planalto avaliam que o vazamento de áudios do ex-ajudante de ordens Mauro Cid podem fazer parte de uma estratégia da oposição para tentar minimizar as possibilidades de responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em áudios revelados pela revista Veja, o militar afirma ter sido pressionado a relatar fatos que não aconteceram.
Integrantes do governo ouvidos pela CNN consideram uma “coincidência” muito grande o áudio vir à tona na mesma semana em que a Polícia Federal indiciou Bolsonaro por fraudes no cartão de vacina contra Covid-19.
O entendimento, no entanto, é que independentemente do que dirá Mauro Cid em depoimento nesta sexta-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o “mal está feito”.
O cálculo é de que as mensagens de voz deram munição para a oposição questionar ainda mais as investigações contra o ex-presidente, não só sobre os cartões de vacina, mas também o inquérito das joias e da tentativa de golpe de Estado.
A oitiva do tenente-coronel está marcada para o início da tarde. O depoimento será colhido pelo desembargador Airton Vieira, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Investigadores afirmam que os depoimentos foram filmados e negam qualquer pressão sobre o tenente-coronel. O próprio diretor-geral da PF acionou o STF contra Mauro Cid.