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    Ibovespa avança 0,22% na semana após decisões de juros; dólar fica estável em R$ 4,99

    Investidores esperam novos dados de atividade e inflação dos EUA

    Da CNN* , São Paulo

    O Ibovespa encerrou em queda e o dólar apontou para cima nesta sexta-feira (22), com investidores já esperando novos dados de atividade e inflação dos Estados Unidos que são publicados na próxima semana.

    Na cena doméstica, o mercado foi bastante impactado pela queda de varejistas após o Banco Central (BC) sinalizar que pode desacelerar o corte dos juros. Também há ceticismo dos investidores com as contas públicas, apesar dos planos de bloqueios apresentados pela Fazenda nesta manhã.

    O principal índice do mercado encerrou o dia com queda de 0,88%, aos 127.027 pontos, em linha com quedas em Wall Street.

    Apesar da perda diária, o Ibovespa encerra a semana com alta de 0,22%.

    Seguindo a valorização ante a cesta de moedas fortes, o dólar fechou a sessão com avanço de 0,38%, negociado a R$ 4,998.

    Na semana, a variação ficou praticamente estável, após a divisa ultrapassar o barreira psicológica de R$ 5 por dois dias seguidos pela primeira vez neste ano.

    O Federal Reserve (Fed) deixou na quarta-feira sua taxa básica inalterada, e projeções atualizadas do banco central norte-americano mostraram que 10 das 19 autoridades do Fed ainda veem a taxa básica em queda de pelo menos 0,75 ponto percentual até o final deste ano.

    No entanto, o chair do Fed, Jerome Powell, já deixou claro que o momento dessas reduções ainda depende de as autoridades se tornarem mais seguras de que a inflação pode continuar a cair em direção à meta de 2% do Fed em uma economia que continua a superar as expectativas.

    “Se tiver alguma mudança lá fora, seja atividade mais forte, seja inflação subindo ou se estabilizando por mais tempo nesses patamares altos, então acho que aqui o dólar pode ganhar força”, disse Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank.

    “O local vai ser um fator menor do que o fator lá fora, e o foco continua sendo, principalmente, esses números de inflação americanos, que vão dizer se o Fed vai ser capaz de, realmente, começar a cortar juros em junho ou se vai ficar mais no segundo semestre, e, eventualmente, se vamos ter menos do que os três cortes que estão prevendo hoje.”

    Nesse contexto, Garcia destacou o impulso apenas “pontual” dado ao real pelo desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central desta semana.

    O BC anunciou na quarta-feira uma nova redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, e encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas, afirmando que sua diretoria antevê corte na mesma intensidade apenas na próxima reunião, em maio.

    Desde agosto, a orientação era de novos cortes equivalentes nas próximas reuniões, no plural.

    Em teoria, quanto mais econômico for o Copom nos cortes de juros, mais o real tende a se mostrar resiliente, já que o diferencial de juros entre Brasil e EUA se estreitaria mais lentamente. Uma maior amplitude de taxas entre os dois países torna o real mais atraente para uso em estratégias de “carry trade”, em que investidores tomam empréstimos em mercado de juro baixo e aplicam esse dinheiro em praças mais rentáveis.

    Foi por isso que, na véspera, em reação ao Copom, a divisa brasileira teve performance muito superior à de outras moedas emergentes.

    Ainda na cena doméstica, o governo Luiz Inácio Lula da Silva projetou nesta sexta-feira que fechará 2024 com déficit primário de R$ 9,3 bilhões, dentro da margem de tolerância estabelecida pelo arcabouço fiscal, apesar de ter feito cortes significativos nas previsões de ganho com medidas arrecadatórias aprovadas pelo Congresso.

    *Com informações de Reuters

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