Lamborghini confirma em SP novo Urus híbrido para fase eletrificada
SUV formará trio de híbridos da marca italiana; planos incluem ainda um supercarro elétrico até 2030
O CEO global da Lamborghini, Stephan Winkelmann, confirmou que a fase eletrificada da grife italiana avança e terá dois novos carros neste ano. E o primeiro deles será a nova geração do Urus, que terá motorização híbrida.
O anúncio foi feito pelo executivo alemão em São Paulo, na mesma noite do lançamento no Brasil do Huracán Sterrato, aventureiro de R$ 4,4 milhões. Segundo Winkelmann, 2024 será um “ano importante para definir o segundo passo da hibridização da marca”.
A Lamborghini apresentará a segunda geração do SUV Urus no Salão de Pequim (China) deste ano, em abril. Será um híbrido de mais de 800 cavalos de potência e capaz de reduzir as emissões de CO2 do Urus atual em cerca de 80%, segundo o executivo.
Trio de hibridos
Ainda de acordo com Winkelmann, o novo Urus será apenas um de dois passos para “hibridização” da Lamborghini a serem dados em 2024. O outro será a apresentação do novo Huracán, que será revelado no final do segundo semestre, certamente na mesma base construtiva do Urus.
Com ambos, e mais o supercarro Revuelto, apresentado em 2023, a marca espera reduzir sua pegada total de emissões em 40%. Por fim, haverá um modelo elétrico inédito, a ser lançado “entre 2029 e 2030”.
“A Lamborghini faz carros que geram paixão, cheios de sensações, mas também precisamos atender aos novos requisitos e legislações atuais e futuras de mercados como Estados Unidos, Europa e China”, afirmou Winkelmann. “Por isso, traçamos esse plano com prazo de mais seis anos, atentos ao desenvolvimento das novas alternativas.”
O executivo confirmou que a Lamborghini também procura uma alternativa mais viável – no caso, para uma marca de superesportivos – à eletrificação.
“Observamos não só a adoção de híbridos e elétricos, como também o desenvolvimento de combustíveis sintéticos, que são menos poluentes, e essa pode ser uma saida, de acordo com possíveis futuras regulamentações, para nossos carros”, afirmou o alemão.
O Revuelto se vale de um motor V12 de 6,5 litros, como no Aventador, mas acompanhando de três motores elétricos e sistema elétrico plug-in (baterias podem ser recarregadas na tomada). No total, a trinca gera 1.015 cv de potência, gerenciada por câmbio de dupla embreagem e 8 marchas.
A aceleração de 0 a 100 km/h é de 2,4 segundos, com velocidade máxima de 350 km/h, segundo a Lamborghini. Há ainda modo elétrico para rodar silenciosamente na cidade por até 9 km.
O senão do Revuelto é que sua produção está esgotada pelo menos até 2026. O preço inicial do modelo fica em 610 mil euros, mas uma importadora privada colocou o valor de R$ 5,97 milhões para trazer o supercarro ao Brasil.
Carro-chefe da Lamborghini
Na apresentação do Urus como protótipo na China, em 2012, o designer do Urus, Filippo Perini, um discípulo do já lendário projetista Walter de’Silva, afirmou que o objetivo do modelo era “alcançar novos mercados, como Rússia e China, ampliar participação nos Estados Unidos, além de ir além da limitação imposta por modelos com dois lugares e motor central”.
Doze anos depois, Winkelmann confirma que o Urus “é um dos modelos mais importantes para a marca atualmente, por isso, é um passo muito importante que ele seja o próximo passo da eletrificação”.
No mundo todo, a Lamborghini vendeu 10.312 unidades em 2023, um recorde absoluto para a marca estabelecida em Sant’Anna de Bolognese (Itália). O maior mercado foi, de fato, os Estados Unidos com 3 mil unidades. E o Urus foi o modelo mais fabricado, com pouco mais de 3 mil unidades.
No caso do Brasil, no último ano, foram 30 unidades importadas, também um recorde, a maior parte do Urus.
Somando tudo, a Lamborghini apontou lucro de 2,66 bilhões euros em 2023, com receita líquida de 723 milhões de euros em cima das vendas, alta de 27,2% para o período anterior. A marca espera, com os lançamentos, repetir ou ampliar esta marca em 2024 e 2025.
Buscando alternativas
Além dos híbridos, que chegarão ao Brasil também, a Lamborghini detalhou que investe forte também na imagem da marca, renovando seus estúdios-lojas, bem como apostando nos campeonatos globais de endurance (WEC e Imsa).
O Brasil, por exemplo, receberá uma etapa do Mundial do WEC, as 6 Horas de São Paulo, em 14 de julho.
Além disso, a marca trocou a região dos Jardins, na região central de São Pauo, que, segundo executivos, “está em decadência, com muito trânsito de ônibus, sem espaço para nossos carros e clientes”, pelo Alto de Pinheiros, na zona oeste da cidade.
“O bairro está sendo revitalizado, com novos prédios de alto padrão, amplos e que atraem nossos clientes. Assim, após cinco anos, instalamos aqui nosso novo conceito de ateliê, não só de loja de carro, para seguir novas diretrizes da marca, obrigações ambientais e de filosofia”, afirmou Chico Longo, proprietário do Grupo Via Itália, que é parceira da Lamborghini, bem como de Rolls-Royce, Maserati e Ferrari no país.