“Não queremos guerras”: Rússia manda mensagem menos combativa sobre Ucrânia
Ministro das Relações Exteriores disse que o Kremlin avaliou positivamente propostas dos EUA em relação ao anteriormente sugerido pela Otan
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta sexta-feira (28) que os Estados Unidos estão usando o que ele descreveu como o “regime” do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, da Ucrânia, para aumentar as tensões com Moscou.
Lavrov disse que a Rússia talvez devesse considerar medidas de precaução para proteger seus diplomatas na Ucrânia. Os Estados Unidos e o Canadá estão retirando temporariamente as famílias de seus diplomatas na Ucrânia devido ao acúmulo de militares russos perto das fronteiras da Ucrânia.
A Rússia negou repetidamente que esteja planejando invadir sua vizinha.
“Se depender da Rússia, não haverá guerra. Não queremos guerras. Mas também não vamos permitir que nossos interesses sejam rudemente atropelados, que sejam ignorados”, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, a estações de rádio russas em uma entrevista.
A Rússia acumulou dezenas de milhares de tropas próximas à fronteira com a Ucrânia enquanto pressionava por demandas para redesenhar os acordos de segurança pós-Guerra Fria na Europa.
Os Estados Unidos e seus aliados avisaram o presidente Vladimir Putin que a Rússia irá enfrentar sanções econômicas duras e rápidas se atacar a Ucrânia.
Lavrov disse que o Ocidente está ignorando os interesses da Rússia, mas que pelo menos havia “alguma coisa” por escrito nas respostas entregues pelos Estados Unidos e pela aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) às propostas à Rússia.
Embora as respostas não tenham sido divulgadas, tanto a Otan quanto os Estados Unidos já declararam disposição em engajar com Moscou nas áreas de controle de armamentos e no desenvolvimento de medidas para construir confiança. Outras demandas, como a não admissão da Ucrânia na Otan, foram descartadas.
Na linha de frente, ucranianos se preparam para possível ataque
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Um soldado ucraniano aponta para um cachorro em uma trincheira da linha de frente. Os cães vivem nessas trincheiras com os soldados e fornecem um alerta precoce contra intrusos • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Uma usina de energia é vista na cidade ucraniana de Kramatorsk, não muito longe da linha de frente do conflito • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Soldados ucranianos sentam-se na traseira de um caminhão em Slov'yanoserbs'k • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Soldados ucranianos vigiam sua posição na trincheira. "Um dos soldados apontou para o horizonte e disse: 'Vê aquele monte? Os terroristas estão atrás daquele monte'", disse o fotógrafo Timothy Fadek. "Eles se referem aos separatistas como terroristas." • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Um olhar dentro de uma trincheira ucraniana na linha de frente • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Um agricultor em Muratova corta madeira enquanto os membros da família a recolhem para vender a uma base militar ucraniana próxima • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Os soldados ucranianos com quem Fadek passou um tempo estavam extremamente relaxados, segundo ele. "Eles abraçaram a inevitabilidade" • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Uma mulher vende peixe seco na estrada que leva a Kramatorsk • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Um soldado ucraniano ajusta sua máscara de esqui para enfrentar o frio da região • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Soldados esperam em seus postos nas linhas de frente • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Um soldado caminha com cães em uma trincheira da linha de frente. "Eu estive nas trincheiras muitas vezes antes no verão", contou Fadek. "Esta é a primeira vez que foi no inverno. Como as trincheiras e a paisagem estão cobertas de neve, me lembra as trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Miséria fria • Timothy Fadek/Redux for CNN
Lavrov disse que espera se encontrar com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, novamente nas próximas duas semanas. Lavrov afirmou, sem oferecer detalhes, que as contrapropostas dos EUA eram melhores que as da Otan. A Rússia avalia as propostas e Putin irá decidir como responder.
Os comentários estão entre os mais conciliatórios feitos por Moscou desde o início da crise, que escalou até um dos piores impasses entre Oriente e Ocidente desde o fim da Guerra Fria, três décadas atrás.
O líder bielorruso Alexander Lukashenko, um aliado próximo da Rússia, disse na sexta-feira que seu país não tem absolutamente nenhum interesse em uma guerra e que o conflito começaria apenas se Belarus ou a Rússia fossem diretamente atacados.
O presidente francês, Emmanuel Macron, deve conversar por telefone com Putin nesta sexta.
“Depende de Vladimir Putin dizer se ele quer consultas ou confronto”, disse o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian, à rádio RTL, perguntando se o líder russo gostaria de ser uma “potência desestabilizadora” ou se buscaria desescalar a situação.
O Kremlin disse que não descarta que Putin ofereça algumas avaliações russas sobre a resposta ocidental às suas propostas durante a conversa.