Não tínhamos ideia do tamanho dessa fraude, diz ministro da CGU sobre cartão de vacina de Bolsonaro
Ministro também disse que caso pode estar ligado a uma suposta trama golpista do antigo governo
A Controladoria-Geral da União (CGU) não tinha ideia do “tamanho da fraude” sobre a suposta falsificação do cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse à CNN o ministro da pasta, Vinícius Marques de Carvalho.
Bolsonaro foi indiciado nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal (PF) junto ao o tenente-coronel, Mauro Cid, seu antigo ajudante de ordens, por supostamente falsificar seus cartões de vacina contra Covid-19. Além dos dois, mais 15 pessoas foram indiciadas. A defesa de Bolsonaro acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo esclarecimentos sobre indiciamento.
A gente não tinha ideia no começo, inclusive, do tamanho dessa fraude e nem das suas articulações
Vinícius Marques de Carvalho
A CGU é responsável por lidar com ilícitos praticados por servidores públicos, como o ex-presidente.
Sobre o que pode resultar do indiciamento do antigo chefe do Executivo, o ministro disse que a suposta fraude do cartão pode estar relacionada a outros temas, como o possível plano de golpe de Estado, pelo qual Bolsonaro também está sendo investigado.
“Cumpre à Justiça decidir, mas parece que vai ficando cada vez mais claras as articulações entre a questão da fraude do cartão de vacinação com outros temas relacionados com aquele ponto culminante do dia 8 de janeiro”, diz ele.
Além da suposta trama golpista, o chefe da pasta disse acreditar que a questão dos cartões de vacina também pode estar relacionada a outras investigações envolvendo Bolsonaro, como o caso da Abin Paralela.
“Isso tudo está sendo investigado”, responde o ministro. “São passos que vão se dando nessa direção e vão chegando a esse mesmo contexto de uma estrutura de poder que se montou de maneira arbitrária, que vai carcomendo as instituições do Estado brasileiro, que vai minando a legitimidade da atuação do Estado, para depois se tentar chegar ao resultado que se tentou”.
*Sob supervisão de Nathan Lopes