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    PF: Cid imprimiu cartão de vacina falso de Bolsonaro no Palácio da Alvorada

    Segundo investigações, medida poderia viabilizar viagem do ex-presidente ao exterior durante trama golpista

    Teo CuryLucas Schroederda CNN , Brasília e São Paulo

    Provas colhidas pela Polícia Federal (PF) e apresentadas em relatório divulgado nesta terça-feira (19) indicam que Mauro Cid acessou o ConectSUS do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e imprimiu certificado falso de vacinação contra a Covid-19 no Palácio da Alvorada, em dezembro de 2022, a mando do ex-chefe do Executivo.

    Bolsonaro, Cid e outras 15 pessoas foram indicadas mais cedo pela polícia por participação em esquema de fraude em registro no cartão vacinal.

    “Os elementos de prova coletados ao longo da presente investigação são convergentes em demonstrar que JAIR MESSIAS BOLSONARO agiu com consciência e vontade determinando que seu chefe da Ajudância de Ordens intermediasse a inserção dos dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde em seu benefício e de sua filha. Não há nos autos, elementos que indiquem que MAURO CESAR CID, AILTON BARROS e JOÃO CARLOS BRECHA se uniram em unidade de desígnios para inserir os dados falsos à revelia do então Presidente da República JAIR BOLSONARO“, aponta o documento da PF.

    Ainda segundo as investigações, a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 para falsificação de cartões vacina “pode ter sido utilizado pelo grupo para permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de Estado, pudessem ter à disposição os documentos necessários para cumprir eventuais requisitos legais para entrada e permanência no exterior (cartão de vacina), aguardando a conclusão dos atos relacionados a nova tentativa de golpe de Estado que eclodiu no dia 08 de janeiro de 2023″.

    Outro Lado

    O advogado e assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, disse à CNN que ainda não foi informado sobre indiciamento.

    A defesa do deputado federal Gutemberg Reis de Oliveira disse que está em missão oficial do Parlamento do Mercosul em Montevidéu. Assim que tivermos um posicionamento, eu te envio.

    O advogado Eduardo Kuntz – responsável pela defesa do ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Costa Câmara e do ex-segurança Sergio Rocha Cordeiro – disse que ainda aguarda o acesso ao relatório policial.

    CNN tenta contato com os demais citados, mas ainda não teve retorno.

    Veja a lista de indiciados pela PF no caso

    • Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República (inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa);
    • Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República (falsidade ideológica de documento público, inserção de dados falsos em sistema de informações e uso de documento ideologicamente falso);
    • Gabriela Santiago Cid, esposa de Mauro Cid (falsidade ideológica de documento público e uso de documento ideologicamente falso);
    • Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal (MDB-RJ) (inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa);
    • Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens da Presidência da República (abaixo do Mauro Cid) (inserção de dados falsos em sistema de informações e falsidade ideológica de documento público);
    • Farley Vinicius Alcântara, médico e sobrinho de Luis Marcos dos Reis (inserção de dados falsos em sistema de informações e falsidade ideológica de documento público);
    • Eduardo Crespo Alves, militar que tentou, por intermédio de outra pessoa, inserir os dados falsos no site do ministério (inserção de dados falsos em sistema de informações);
    • Paulo Sérgio da Costa Ferreira (inserção de dados falsos em sistema de informações);
    • Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército (inserção de dados falsos em sistema de informações, falsidade ideológica de documento público e associação criminosa);
    • Marcelo Fernandes Holanda (inserção de dados falsos em sistema de informações);
    • Camila Paulino Alves Soares, enfermeira de Duque de Caxias (inserção de dados falsos em sistema de informações);
    • João Carlos de Sousa Brecha, ex-secretário de Governo de Duque de Caxias (inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa);
    • Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro (inserção de dados falsos em sistema de informações).

    (Com informações de Gabriela Prado, Gustavo Uribe, Larissa Rodrigues, Leonardo Ribbeiro e Débora Bergamasco, da CNN, em Brasília)

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