Adesão à OCDE deve impulsionar emprego e renda, diz ex-diretor do BC
Tiago Berriel afirma que avanços na agenda de reformas seguem sendo importantes para adequação às regras do grupo
A adaptação do Brasil às regras impostas pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) a qualquer um de seus membros deve contribuir para que o país encontre um crescimento estável, gere emprego e distribua renda de maneira mais consistente, segundo o ex-diretor do Banco Central, Tiago Berriel.
Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (26), Berriel, que comandou a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos da instituição, disse que a adesão “gera mais crescimento, menos volatilidade nesse crescimento e melhora a perspectiva de renda e emprego para o cidadão comum”, avaliou.
“No médio prazo, a gente deveria ver um crescimento maior e flutuações menos acentuadas no nosso crescimento, como vimos nos últimos anos”, acrescentou.
Na terça-feira (25), o conselho de ministros da OCDE, com sede em Paris, aprovou o início das negociações sobre a adesão do Brasil à entidade.
A agenda de reformas é, segundo o ex-diretor do Banco Central, um dos passos na direção da adesão do Brasil ao grupo, e que o engajamento pela reforma administrativa, que ele crê que voltará à pauta apenas no ano que vem, é um passo importante para mostrar disposição em manter o aprofundamento das mudanças.
A adequação às normas aumenta a estabilidade e reduz riscos ao investidor estrangeiro e garante ao país que está adequado investimentos mais qualificado e duradouro, seja na recepção de empresas ou capital financeiro, diz o especialista.
“Para investidores internacionais (seria possível) mapear as regras do Brasil” e evitar surpresas negativas feitos, segundo Berriel, “no calor do momento”. A adequação causaria “constrangimento muito grande para qualquer governo” que tentasse rever as regras, destaca.
Berriel ressaltou que a agenda de reformas deve ser aprofundada independentemente da adesão ou não ao grupo.