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    Tensão na Ucrânia preocupa, e mercados operam em queda nesta segunda

    Mesmo indicando que não têm a intenção de invadir a Ucrânia, a Rússia segue mobilizando tropas ao longo da fronteira entre os dois países

    Priscila Yazbekda CNN , Em São Paulo

    Os mercados ao redor do mundo operam majoritariamente em queda nesta segunda-feira (24), diante da escalada da tensão na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia.

    No exterior, os índices futuros americanos caem com o aumento do temor de uma invasão russa. No domingo, os Estados Unidos determinaram a saída de famílias de diplomatas americanos de Kiev. Os russos dizem que não têm a intenção de invadir o país vizinho, mas mobilizaram tropas ao longo da fronteira entre os países.

    Os Estados Unidos ameaçam impor sanções, mas as medidas do governo americano para impedir a ofensiva dos russos podem ter eficácia limitada sem apoio dos europeus. Países como Alemanha e França vêm defendendo uma resposta própria aos russos, já que dependem do fornecimento de gás da Rússia em meio à crise de energia no continente.

    Além da situação na Ucrânia, discussões sobre juros também pesam sobre as bolsas. Nesta semana tem reunião do Banco Central americano, e a secretária do tesouro americano, Janet Yellen, disse que o mercado de trabalho está ‘excepcionalmente’ forte, o que reforça a tese de que o país não precisa mais de tantos estímulos e juros baixos.

    Na Europa, as bolsas caem pela manhã, com dados econômicos fracos além da tensão na Ucrânia. Na Ásia, bolsas fecharam mistas, com estímulos na China pesando positivamente.

    Brasil

    Já no Brasil, destaque para a sanção do orçamento de 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). O texto prevê déficit de R$ 79 bilhões, abaixo dos R$ 170 bilhões previstos anteriormente. O governo também sancionou o valor de R$ 1,7 bilhão de reajustes salariais, e manteve os R$ 4,9 bilhões previstos para o fundo eleitoral.

    O governo também indicou que vai fazer vetos na ordem de R$ 3 bilhões, e disse que vai adotar créditos suplementares. Economistas classificam o orçamento como fictício, com a previsão de crescimento do PIB em 2,1% para este ano e aumento de receitas. Analistas dizem que a falta de detalhes sobre os cortes e créditos que estão por vir trazem incertezas sobre as contas públicas e eleva o risco fiscal.

    No entanto, como o orçamento não traz grandes novidades, o que mais pesa no momento é a chamada PEC dos Combustíveis, que prevê a isenção de PIS e Cofins sobre combustíveis, e pode gerar perda de R$ 70 a R$ 100 bilhões em arrecadação, o que tem sido classificado como uma bomba fiscal.

    O Ibovespa Futuro cai 0,39%, a 109.112 pontos, com o dólar subindo 0,57% a R$ 5,49. O S&P 500 Futuro cai 0,46%.

    Agenda do Dia

    Acabou de sair o Boletim Focus, com aumento da projeção para a inflação de 5,09 pra 5,15%. A projeção para a inflação do ano que vem foi mantida em 3,4%, assim como o PIB deste ano, que foi mantido em 0,29%. A projeção do PIB de 2023 caiu de 1,75 para 1,69%, enquanto a taxa Selic foi mantida em 11,75% este ano e em 8% ano que vem.

    Na agenda do exterior, nos Estados Unidos, tem o resultado dos PMIs da Markit, indicando os índices de atividade de janeiro.

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