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    Votação é encerrada nas eleições na Rússia; Putin deve garantir mandato até 2030

    Presidente russo chegou ao poder em 1999 e deve estender seu período à frente da nação por mais seis anos

    Da CNN*

    A votação foi encerrada, na tarde deste domingo (17), nas eleições presidenciais da Rússia após três dias de urnas abertas.

    As últimas urnas foram fechadas às 15h, no horário de Brasília, no enclave ocidental de Kaliningrado, na costa do Báltico.

    Os primeiros resultados e a boca de urna indicam a vitória de Vladimir Putin. Nas próximas horas, é praticamente certo que os resultados conduzirão o atual presidente para o seu quinto mandato.

    Putin vota de forma online no 1° dia de eleições na Rússia / REUTERS

    Putin chegou ao poder em 1999 e deve estender seu período à frente da nação por mais seis anos. Já no ano que vem, o presidente da Rússia vai igualar Josef Stalin como o líder russo mais longevo em mais de 200 anos.

    Embora a reeleição de Putin não esteja em dúvida, dado o seu controle sobre a Rússia e a ausência de quaisquer opositores reais, o antigo espião da KGB quer mostrar que tem o apoio esmagador dos russos.

    O Kremlin tem procurado uma participação elevada e, com a abertura das urnas pelo terceiro dia no oeste da Rússia, as autoridades disseram que a participação nos primeiros dois dias já havia atingido mais de 67,54% em todo o país.

    “Meio-dia contra Putin”

    Os apoiadores de Alexei Navalny, que morreu numa prisão no Ártico em fevereiro, apelaram aos russos para se manifestarem num protesto “Meio-dia contra Putin”.

    Por volta das 12h, as filas em alguns locais de votação na Rússia começaram a crescer repentinamente.

    Uma equipe da CNN em Moscou disse que durante um período de cinco a dez minutos cerca de 150 pessoas haviam chegado em um ponto de votação.

    Pessoas fazem fila do lado de fora de uma seção eleitoral depois do meio-dia de 17 de março de 2024. Protesto "Meio-dia contra Putin" foi convocado pela oposição russa para mostrar que muitas pessoas estão contra o presidente da Rússia.
    Pessoas fazem fila do lado de fora de uma seção eleitoral depois do meio-dia de 17 de março de 2024. Protesto “Meio-dia contra Putin” foi convocado pela oposição russa para mostrar que muitas pessoas estão contra o presidente da Rússia. / Andre Ballin/picture alliance via Getty Images

    Um eleitor de 39 anos disse que veio ao meio-dia “para ver outras pessoas, e elas vieram também”.

    “Esta é a primeira vez na minha vida que vejo uma fila para as eleições”, disse uma mulher à equipe da CNN. Questionada sobre por que veio àquela hora, ela simplesmente respondeu: “Você sabe por quê. Acho que todos nesta fila sabem por quê.”

    Não está claro quantas seções eleitorais em todo o país registaram um aumento no número de pessoas que esperavam por volta do meio-dia.

    Um dos que chegaram ao meio-dia para votar foi Boris Nadezhdin, que tinha sido o candidato mais proeminente da oposição à presidência antes de ser desqualificado para concorrer. Ele postou um vídeo votando em uma seção eleitoral perto de Moscou.

    Canais de rede social criados por apoiadores de Navalny exibiram vídeos de filas em vários lugares, incluindo bairros de Moscou como Nekrasovka e na rua Tservkaya e locais em São Petersburgo.

    Leonid Volkov, um assessor exilado de Navalny que foi atacado com um martelo e gás lacrimogênio na semana passada na Lituânia, estimou que centenas de milhares de pessoas compareceram às assembleias de voto em Moscou, São Petersburgo, Ecaterimburgo e outras cidades.

    Nas assembleias de voto das missões diplomáticas russas – em países como Austrália, Japão, Armênia, Cazaquistão e Geórgia -, centenas de russos se organizaram ao meio-dia.

    Guerra em meio à votação

    E mesmo em meio ao pleito, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia não parece esfriar. Nos últimos três dias, a Ucrânia atacou repetidamente refinarias de petróleo na Rússia, bombardeou regiões russas e tentou atravessar a fronteira – uma medida que Putin disse que não ficaria impune.

    Refinaria de Novokuibyshevsk, na região de Samara, na Rússia / Reprodução/Rosneft

    Neste domingo, a situação não foi diferente. Kiev lançou um total de 36 drones, visando várias partes do território inimigo, incluindo a capital Moscou, segundo o ministério da Defesa da Rússia.

    As forças de defesa aérea russas “interceptaram e destruíram” quatro drones sobre Moscou e Yaroslavl; três sobre Belgorod e Kursk; dois sobre Kaluga; drones únicos sobre Rostov, Oryol e Bryansk; e 17 em Krasnodar Krai, de acordo com declarações postadas no Telegram pelo ministério e autoridades regionais.

    “Os drones foram neutralizados, mas ocorreu um incêndio como resultado da queda de um dos dispositivos”, disse a sede operacional da região de Krasnodar, no sul da Rússia, no Telegram.

    O incêndio na refinaria de Slavyansk, em Krasnodar, foi extinto e não houve vítimas como resultado do incêndio, embora informações preliminares indicassem que uma pessoa morreu de ataque cardíaco, disse a administração.

    Segundo uma fonte da inteligência ucraniana, os drones operados pelo serviço de segurança doméstica SBU atingiram 12 refinarias de petróleo russas ao longo da guerra.

    Já na região fronteiriça de Belgorod, um ataque de quatro drones lançados pela Ucrânia danificou as linhas de eletricidade e de gás numa aldeia, disse o governador Vyacheslav Gladkov.

    A Rússia acusa a Ucrânia de praticar “atividades terroristas” para sabotar a eleição presidencial. Contudo, as preocupações de Moscou no último dia de votação também ecoam do lado de dentro da fronteira.

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