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    Guerra na Ucrânia afetaria preço do gás e do petróleo no mundo, diz professor

    Especialistas acreditam, porém, que ainda é possível que Rússia, Estados Unidos e Europa cheguem a acordo diplomático para evitar conflito militar na região

    Da CNN* , em São Paulo

    A possibilidade de que o conflito entre Rússia e Ucrânia evolua para uma guerra na região poderia ter consequências econômicas não só para os países envolvidos, como para toda a Europa e o resto do mundo também, dado que é dali que sai uma das principais fontes de abastecimento de gás da Europa.

    “Para começar, a Europa sofreria muito. Isso levaria à diminuição na oferta do gás, como Vladimir Putin [presidente da Rússia] já fez em outros anos, na chamada pressão geopolítica do gás”, explicou o professor de relações internacionais da ESPM, Gunther Rudzit, em entrevista à CNN.

    “Não à toa ele está fazendo tudo isso em pleno inverno, quando a demanda pelo gás é muito maior. E o resto do mundo sentiria também. Já estamos vendo o preço do barril de petróleo chegando à casa dos US$ 90 e há analistas que falam que pode ir a US$ 100.”

    Os desequilíbrios de um eventual conflito, afirma Rudzit, poderiam afetar a economia global como um todo. “Isso tem repercussões na economia global como um todo, com China desacelerando, o repique da Ômicron. Não se restringe apenas a Ucrânia, Rússia e Europa”, disse.

    A escalada das tensões relativas a uma possível invasão da Rússia à Ucrânia e de uma guerra na região deixam dúvidas se as potências envolvidas conseguirão contornar o conflito por meio de uma via diplomática, que evite a ação militar.

    Rudzit e analistas internacionais, porém, acreditam que há avanços e diversas razões para que o conflito militar seja evitado.

    “Se marcaram nova reunião, já é um bom sinal”, disse o professor, em referência ao encontro na sexta-feira entre os Estados Unidos e a Rússia, em que, apesar de poucas conclusões, os dois países se dispuseram a continuar com o diálogo.

    “Quando dois lados decidem não conversar é indicativo de que não estão buscando solução. E também não interessa à Rússia uma guerra nesse momento. O inverno não foi tão forte e o solo ucraniano é péssimo para tanques e tropas passarem.”

    Tensão crescente

    Por trás da tensão recente, está o pedido da Rússia para que a Organização dos Países do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não receba a Ucrânia como membro. O país afirma que isso significaria um avanço da área de influência dos Estados Unidos para o Oriente.

    A Rússia posiciona cerca de 100 mil soldados na fronteira com a Ucrânia desde os últimos meses, enquanto as autoridades ucranianas já fizeram alerta para um ataque russo. O presidente Vladimir Putin, da Rússia, nega a intenção de atacar.

    A Ucrânia foi invadida pela Rússia na década passada, quando Putin apoiou grupos separatistas na região da Crimeia, que foi anexada pela potência euroasiática depois da incursão.

    A Otan, que reúne os países mais ricos do Ocidente, já se manifestou dizendo que não cabe à Rússia indicar quem deve ou não fazer parte do grupo.

    Nesta semana, a União Europeia alertou para uma situação de guerra iminente no leste.

    *Texto publicado por Juliana Elias. Com Reuters

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