Famílias têm orgulho em mostrar a caderneta de vacina dos filhos, diz Dalcolmo
"Hoje nós estamos em uma curva de ascensão de casos da Ômicron", diz pesquisadora da Fiocruz
Depois de prever um “boom” de casos de Covid-19 após as festas de fim de ano, a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, alertou para o pico da variante Ômicron, que pode acontecer no início de fevereiro.
“Hoje nós estamos em uma curva de ascensão de casos da Ômicron. Não há outras cepas eventualmente presentes, e se existem, são muito minoritárias diante da Ômicron que tem alta taxa de transmissão aqui no Brasil. Em fevereiro, com 30, 40 dias após a intensa circulação da variante, já estamos prevendo o pico”, explicou Dalcolmo.
Sem precisar se o Carnaval, festa comemorada no mês que vem, mas adiada por Rio de Janeiro e São Paulo para abril, aconteceria durante o pico da variante, Dalcolmo defendeu a decisão de “grande sensibilidade” por parte dos dirigentes das escolas e das autoridades e dos prefeitos de ambas as cidades que decidiram mudar as datas dos desfiles.
“Acredito que o Carnaval seria após o pico que prevemos, não dá para saber ao certo, mas Rio e São Paulo tomaram a decisão sensata. Esperamos que até abril (data dos desfiles), tenhamos mais vacinados e as crianças do país já estarão, inclusive, imunizadas com a segunda dose da vacina contra a Covid-19”.
Esta semana a Fiocruz divulgou a pesquisa Vacinakids indicando que 80% dos pais querem vacinar os filhos contra a Covid-19. Os dados foram antecipados à CNN em dezembro. Mais de 15 mil entrevistados foram ouvidos.
Para a pesquisadora, que virou uma representante do país, na luta contra a pandemia do coronavírus, o resultado revela a confiança dos pais na imunização e a segurança que a vacina representa.
“Os pais confiam na vacina. O que eu percebo: muitas famílias brasileiras têm orgulho em mostrar a caderneta de vacinação completa dos seus filhos. Vejo isso toda hora. A adesão (imunização infantil) é muito grande e eu fico feliz”, finalizou Dalcolmo.
A vacinação infantil foi centro de discussões no país durante toda a semana. Na última sexta-feira (21), o Ministério da Saúde decidiu utilizar doses da Coronavac na imunização de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos contra o coronavírus. Estados e municípios que tenham estoque da Coronavac estão autorizados a imunizar as crianças com os lotes de vacina.
O Ministério da Saúde anunciou ainda o envio de uma remessa emergencial de vacinas para crianças a estados com estoques abaixo das 40 mil doses para a aplicação no público infantil. Pelo menos 12 estados estavam nessa situação: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Sergipe, Amapá, Acre, Pará, Roraima, Tocantins, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.
*Com informações de Basília Rodrigues