Saúde recebe estudo sobre uso de meia dose de vacina da AstraZeneca como reforço
Dados foram colhidos em projeto realizado na cidade de Viana, no Espírito Santo
O Ministério da Saúde recebeu nesta sexta-feira (21) um estudo feito na cidade de Viana, no Espírito Santo, que mostrou a efetividade da aplicação de meia dose da vacina da AstraZeneca/Oxford contra a Covid-19 como dose de reforço.
Os dados mostraram que o esquema básico de vacinação, com duas aplicações do imunizante em meia dose, gerou proteção e produção de anticorpos semelhantes a aplicação de duas doses padrão. Os dados revelaram que duas meias doses previniram 70% de casos novos e não houve ocorrência de internação ou óbito na população estudada.
Liderado pela Universidade Federal do Espírito Santo em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) o estudo mostra, segundo os pesquisadores, que é possível usar meia dose da Astrazeneca como reforço.
A vacinação com meia dose da vacina da Astrazeneca teve a primeira etapa em junho e foi feita em mais de 20 mil pessoas com idade entre 18 e 49 anos.
O estudo também mostrou que a meia dose gerou a produção de anticorpos neutrallizantes em 99,8% dos participantes, praticamente o mesmo número com as doses padrão.
A médica Valéria Valim, que coordena a pesquisa, levou a apresentação dos dados à Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19, que atua junto ao Ministério da Saúde, e afirmou que o uso da meia dose pode significar a expansão da vacinação em países mais pobres
“Não há como vacinar o mundo todo a cada semestre. E aqui nós temos a produção nacional da Astrazeneca, orientar a meia dose na bula significa dobrar a capacidade da Fiocruz de preparar vacinas”, afirmou.
Os dados do levantamento serão levados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e para Organização Mundial da Saúde (OMS) na próxima semana.