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    Camisa em homenagem à única mulher ministra do STF recebe lance em leilão beneficente

    Cármen Lúcia foi uma das mineiras que teve nome estampado em camisa do Atlético

    Daniel Trevorda CNN

    O site Play for a Cause está leiloando, até a próxima quarta-feira (20), 15 camisas usadas pelos jogadores do Clube Atlético Mineiro em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres.

    Um desses uniformes estampa o nome da única mulher ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia. A curiosidade é que a ministra nunca declarou para qual time torce.

    A camisa 23, em homenagem à Cámen Lúcia, vestida pelo volante equatoriano Alan Franco, já recebeu seis lances. O último no valor de R$ 670.

     

    O valor arrecadado com o leilão das camisas será enviado ao Instituto Galo, que realiza ações diversas em benefício das pessoas em situação de vulnerabilidade social.

    “Em que pese a Cármen não se declarar atleticana, quem conviveu com ela sente essa abertura para o diálogo seja os atleticanos, os cruzeirenses e americanos. Justamente por ela não se pronunciar, há uma boa receptividade” explica Maria Walkiria Cabral, especialista em direitos humanos e professora da Universidade Federal do Rio de Janeira (UFRJ).

    Walkiria foi a responsável por incluir o nome de Cármen Lúcia na lista de 28 nomes usados pelo clube. A homenagem aconteceu no sábado (9), um dia depois do Dia Internacional das Mulheres.

    Em vez de os atletas do clube terem seus nomes estampados na camisa, eles entraram em campo pelo jogo de ida das semifinais do Campeonato Mineiro contra o América, na Arena MRV em Belo Horizonte, com o nome de mulheres mineiras que foram pioneiras e tiveram protagonismo em suas áreas de atuação.

    Walkiria, que foi aluna de Cármen Lúcia, no ano que foi indicada ao STF pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), explicou por que o nome da ministra entrou na lista.

    “Ela é a maior expressão para as mineiras e das mulheres no judiciário hoje. Em que pese ela ter sido a segunda, não a primeira indicada ao STF, mas ela foi a primeira em muitas coisas. Ela estando hoje em plenário, sendo a única mulher, ela continua sendo uma figura importante. A Cármen Lúcia tem tido falas muito significativas no plenário. Você vê a quantidade de vídeos que se compartilha hoje com discursos dela. Todo Dia Internacional da mulher a gente tem falas importantes da Cármen sendo reproduzidas”. explica.

    Além da camisa de Cármen Lúcia, outros nomes de mulheres que publicamente têm contribuído para a representatividade feminina também estão estampadas nos uniformes em leilão.

    Os lances podem ser dados em uniformes com os nomes como o da poetisa Adélia Prado, da cantora Cássia Eller, da mãe de um dos fundadores do clube, Alice Neves e de uma das maiores personalidades da literatura contemporânea brasileira e membro da Academia Mineira de Letras, a escritora Conceição Evaristo.

    Cármen Lúcia

    Nascida na cidade de Montes Claros, Cármen Lúcia se formou na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e obteve o título de Mestre em Direito Constitucional pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi Procuradora do Estado de Minas Gerais. Em 2001, assumiu o cargo de Procuradora Geral do Estado. Em 2006, foi indicada por Lula e tomou posse no cargo de ministra do Supremo, na vaga aberta pelo então ministro Nelson Jobim.


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