SP quer aplicar 1ª dose em crianças até 10 de fevereiro, diz Jean Gorinchteyn
À CNN, secretário de Saúde de São Paulo discutiu a ocupação de leitos de enfermaria e UTI no estado e disse acreditar que a Ômicron continuará em ascensão em fevereiro
Com a aprovação da vacina Coronavac para o uso em crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, divulgada na quinta-feira (20) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a expectativa é que a campanha de imunização infantil avance com mais celeridade.
Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (21), o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que o estado espera aplicar todas as primeiras doses da vacina contra a Covid-19 na faixa etária dos 5 aos 11 anos até o dia 10 de fevereiro.
Segundo ele, São Paulo havia encomendado cerca de 8 milhões de doses da Coronavac para destinar a este público, sendo que 4 milhões já foram encaminhadas aos municípios.
“Nós temos a necessidade de imunizar 4.3 milhões crianças entre 5 e 11 anos. Dessas, 850 mil são prioridades, portadoras de comorbidades – como diabetes ou doença no coração, deficiências físicas e mentais – e os indígenas e quilombolas”, explicou.
“Com esse quantidade de 4 milhões de doses e mais 400 mil doses do Ministério da Saúde, teremos a possibilidade de, até 10 de fevereiro, com a velocidade que temos de vacinar 250 mil crianças todos os dias, imunizar com a 1ª dose esse grupo – até porque são essas crianças que vão retomar às atividades escolares”, concluiu.
Gorinchteyn ainda comentou do interesse do Ministério da Saúde em adquirir doses da Coronavac junto ao Instituto Butantan, conforme confirmado nesta sexta-feira (21) pela pasta e pela entidade.
“O Butantan tinha em seus depósitos 15 milhões de doses da vacina Coronavac para o púbico pediátrico. 7 milhões de doses foram deixados para aqueles que o desejassem e, felizmente, quem fez essa solicitação foi o Ministério da Saúde”, declarou.
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Variante Ômicron em SP
Jean Gorinchteyn afirmou que, atualmente, há 2.700 pessoas internadas nas UTI’s em todo o estado devido à Covid-19.
Apesar do aumento registrado nas últimas semanas com o avanço da variante Ômicron, Gorinchteyn destacou que o número é “muito menor” do que o observado na segunda onda da doença no Brasil, quando 13.150 pessoas estavam nos leitos paulistas.
O secretário de Saúde também avaliou que é possível que a Ômicron continue em plena expansão pelo mês de fevereiro.
“Temos números crescentes e uma tensão de que possa haver um incremento nas próximas semanas, chegando a uma estabilização e, em seguida, à queda”, disse. “Muito provavelmente teremos que conviver com essa variante durante fevereiro”.
Além disso, a falta de testes suficientes para suprir o aumento na demanda e os casos não identificados pelos sistemas de saúde fazem com que os números reais da situação da pandemia, neste momento, sejam outros.
“Todas as vezes que notificamos os casos, são casos notificados por Síndrome Respiratória Aguda Grave. Os demais, aqueles que têm sintomas leves, que fazem teste na farmácia ou laboratórios, ou muitos que sequer fazem a testagem, acabam não fazendo parte dessas estatísticas. Portanto, o numero ainda é maior”, afirmou.