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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações, como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    Ao reviver fantasmas do passado, Lula desperdiça o que restava da lua-de-mel

    "Em vez de pacificar o país, acirramos a polarização", lamentou à CNN uma pessoa próxima ao presidente

    Assessores do presidente, amigos de longa data e um ministro ouvidos pela CNN ao longo da semana relataram um cenário de preocupação:

    Sob reserva, todos esses assuntos permearam as conversas.

    É uma combinação distante do que esperavam os governistas para a largada do segundo ano deste novo mandato de Lula.

    Em política, é praxe dizer que as medidas mais difíceis de um governo precisam sair — ou ao menos serem bem engatadas — no primeiro ano da gestão. É a tal da lua-de-mel.

    Trata-se daquele período em que se observa um otimismo dos eleitores que viram seu candidato vencer e um voto de confiança de ao menos parte dos derrotados.

    O Congresso costuma se mostrar mais receptivo a negociações. Há uma recomposição de forças, uma acomodação da nova articulação política. É uma etapa propícia a reformas, ajustes e até medidas impopulares.

    A lua-de-mel de Lula não foi desperdiçada, ressaltam seus aliados mais próximos. O governo obteve vitórias importante:

    Na hora de defender o governo, aliados de Lula exaltam muitos números positivos:

    Fernando Haddad costuma receber elogios dos colegas. Firmou-se como articulador da agenda prioritária do governo.

    O problema é que, no meio disso tudo, gastou-se muita energia para conter crises que poderiam ter sido evitadas.

    Por exemplo, alimentou-se a percepção de um intervencionismo em empresas estatais, culminando na recente crise sobre o pagamento de dividendos na Petrobras.

    Lula também protagonizou uma sucessão de polêmicas na esfera internacional, como ocorreu com as críticas à contraofensiva israelense em Gaza, citando Adolf Hitler.

    Uma pessoa próxima a Lula apoiou-se na rivalidade entre o presidente e seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), para explicar o resultado disso tudo: “Em vez de pacificar o país, acirramos a polarização”, lamentou.