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    Ibovespa e dólar fecham em alta, com commodities e servidores no radar

    Principal índice da bolsa encerrou com ganhos de 0,28%, aos 106.667,66 pontos, enquanto a moeda norte-americana teve valorização de 0,61%, cotada a R$ 5,560

    Do CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O Ibovespa encerrou esta terça-feira (18) em alta, sustentado pelas ações de empresas ligadas a commodities e de grandes bancos, ainda que bolsas nos Estados Unidos tenham caído firme influenciadas pela alta dos títulos do governo. O principal índice da bolsa brasileira subiu 0,28%, aos 106.667,66 pontos.

    Já o dólar à vista fechou o dia com valorização de 0,61%, cotado a R$ 5,560, perto das máximas do dia, em meio a receios domésticos sobre as mobilizações de funcionários públicos no Brasil e à força da moeda norte-americana no exterior.

    Os preços do petróleo atingiram nesta terça-feira o maior patamar desde 2014, com investidores preocupados com uma possível interrupção no fornecimento após ataques no Oriente Médio somarem a uma perspectiva já apertada.

    As preocupações com a oferta aumentaram esta semana depois que o grupo Houthi do Iêmen atacou os Emirados Árabes Unidos, aumentando as hostilidades entre o grupo alinhado ao Irã e uma coalizão liderada pela Arábia Saudita.

    A demanda global por petróleo cresce 3,5 milhões de barris por dia em 2022, no comparativo anual, com a demanda no quarto trimestre atingindo 101,6 milhões de barris diários.

    “Os danos às instalações petrolíferas dos Emirados Árabes Unidos em Abu Dhabi não são significativos em si, mas levantam a questão de ainda mais interrupções no fornecimento na região em 2022”, disse Louise Dickson, analista sênior de mercados de petróleo da Rystad Energy.

    Luiz Adriano, portfólio manager da Kilima Asset, explica que o preço do petróleo tem um impacto imediato nos papéis da Petrobras e da PetroRio, “e ambas as companhias têm uma participação importante no Ibovespa”.

    Os preços do petróleo Brent devem superar os US$ 100 por barril neste ano, afirmaram analistas do Goldman Sachs, acrescentando que o mercado de petróleo continua em um “déficit surpreendentemente grande” já que o golpe da variante Ômicron do coronavírus na demanda pela commodity é, até agora, menor do que o que era esperado.

    Nesta terça-feira, o petróleo brent fechou a US$ 87,51 por barril, alta de 1,19%. Já o WTI encerrou a US$ 85,43 por barril, valorização de 1,92%.

    Funcionalismo

    Servidores de 40 categorias do funcionalismo público pararam os trabalhos e realizam manifestações em Brasília nesta terça-feira (18). Os funcionários, liderados pelo Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate), pedem também uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e aguardam uma resposta do governo.

    O movimento dos servidores é reflexo da aprovação do Orçamento de 2022, anunciada pelo Congresso em dezembro, e que prevê reajuste salarial apenas para policiais federais, além de um corte no orçamento da receita Federal. Isso causou reação de outros setores, que também prometem fazer manifestações em Brasília.

    Os protestos tiveram início à frente da sede do Banco Central, durante a manhã, e seguiram na porta do Ministério da Economia durante a tarde.

    Na tentativa de amenizar a reação de outros setores, os Ministérios da Casa Civil e da Economia discutem a recomposição de pelo menos metade do corte de R$ 1,2 bi no orçamento da Receita Federal.

    A alta salarial representaria mais gastos para o governo, com temores de um descontrole fiscal, o que afetou negativamente o real.

    Pontos no radar

    Outro destaque no cenário brasileiro é a abertura de investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a Petrobras, de suposto abuso no reajuste de combustíveis. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, disse que irá pautar em fevereiro os projetos para conter as altas nos preços do gás e da gasolina

    O mercado também monitora falas de assessores econômicos de presidenciáveis, que sinalizam para o aumento do risco fiscal. Segundo analistas, as eleições já começam a pesar sobre a bolsa.

    Na segunda-feira (17), o dólar fechou em alta de 0,26%, cotado a R$ 5,527. O Ibovespa caiu 0,52%, em um dia de baixa liquidez devido a um feriado nos Estados Unidos, aos 106.373,87 pontos.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta terça-feira:

    Maiores altas

    • PetroRio (PRIO3) +4,82%
    • Yduqs (YDUQ3) +2,94%
    • BB Seguridade (BBSE3) +3,25%
    • Gerdau (GGBR4) +3,40%
    • Cogna (COGN3) +3,69%

    Maiores baixas

    • Locaweb (LWSA3) -10,61%
    • Banco Inter (BIDI11) -10,43%
    • Alpargatas (ALPA4) -7,88%
    • BRF (BRFS3) -5,78%
    • BTG Pactual (BPAC11) -4,31%

     

    Exterior

    A elevação de juros nos Estados Unidos também segue no radar dos investidores, com o mercado esperado um aumento já no mês de março. Além da temporada de balanços norte-americana que começou na última semana com o setor financeiro.

    Os temores sobre o tema aliviaram na semana passada após falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e um dado de inflação em linha com o esperado.

    Stefany Oliveira, analista de investimentos na Toro, explica que esse movimento mais duro do Fed ocasionou um aumento nos títulos do tesouro norte-americano, que subiram 1,8%, “patamar que há muito tempo não era alcançado”.

    O rali da segunda metade da sessão coincidiu com a aceleração nos aumentos dos rendimentos dos títulos, o que puxou o dólar no mercado internacional às máximas do dia.

    O estrategista da Genial Investimentos declarou que o processo de normalização monetária deve “dar o tom para o mercado [nacional e internacional] nas próximas semanas e nos próximos meses”.

    Dados fracos nos Estados Unidos, em especial as vendas no varejo, têm levado investidores a migrarem recursos para mercados emergentes e commodities, em busca de maiores ganhos. Como resultado, o dólar também vem perdendo força no mundo, em detrimento de investimentos em commodities e mercados emergentes.

    O VIX, conhecido como índice do medo, que mede a volatilidade do mercado de ações com base nas opções do índice S&P 500, subiu mais de 18%, nesta terça-feira.

    Tecnologia

    As ações de tecnologia têm sido as mais evitadas nas primeiras semanas de 2022, com investidores vendo nos sinais de altas dos juros pelos bancos centrais como o maior risco para o setor, mostraram pesquisas nesta terça-feira (18).

    “A inflação acima do esperado continuou a ser o motor predominante desses temores, mas um Fed mais agressivo criou muito mais preocupação dos entrevistados”, disseram estrategistas do Deutsche Bank.

    Nesta terça-feira, o Nasdaq, principal índice de tecnologia de Wall Street, operou em queda de aproximadamente, 2,60%.

    *Com informações de Priscila Yazbek, da CNN, e da Reuters

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