Com avanço de vacinação, podemos sair do estágio pandêmico este ano, diz Pasternak
Em entrevista à CNN, a especialista falou que o cenário é positivo, mas ainda pede cautela
Um ano após a primeira vacina contra a Covid-19 ser aplicada no Brasil, a microbiologista Natalia Pasternak falou à CNN, nesta segunda-feira (17), sobre as perspectivas para a pandemia no país com o avanço na imunização este ano. Para a especialista, o cenário é positivo, mas ainda pede cautela.
“A gente sai do estágio pandêmico de uma doença que mata, para uma doença que, em pessoas vacinadas, ela acomete e tira do mercado de trabalho [por afastamento], isso gera um problema social, é um ano com problemas diferentes. Mas não é um ano perdido, provavelmente se a gente conseguir seguir com essa vacinação bem feita, a gente sai do estágio pandêmico e entra no estágio de controle, de vigilância, de surtos de endemia, mas não mais de pandemia”, avaliou Pasternak.
A microbiologista afirma que, apesar do otimismo em torno do avanço da vacinação, a variante Ômicron ainda pede cautela.
“É um ano de melhora, mas de cautela por causa da Ômicron. A variante encontra um mundo muito diferente, um mundo vacinado parcialmente, mas é um mundo onde a Ômicron terá um impacto muito diferente das [variantes] anteriores, é um impacto muito mais social”, complementou.
Natália Pasternak falou que o Brasil, tradicionalmente, adere bem às campanhas de vacinação, mas alertou para a possível construção de um movimento antivacina no país.
A especialista reitera a importância da realização de campanhas de vacinação no Brasil, de forma simples e didática, para assegurar à população a eficácia dos imunizantes.
“Precisam ser feitas campanhas publicitárias de vacinação. Infelizmente isso acabou ficando a cargo da mídia brasileira, que cumpre de maneira excelente, mas não é papel da mídia, é papel do governo. A gente precisa de uma informação dada de forma fácil, didática, porque infelizmente elas estão sendo vítimas de uma tentativa de implantar dúvidas em relação à vacina infantil. O movimento antivacina se constrói lentamente, e está se construindo no Brasil”, disse.