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    80% dos internados não tomaram vacina ou segunda dose, diz diretor do Emílio Ribas

    Em entrevista à CNN, diretor médico do hospital, Ralcyon Teixeira, conta que chegada da Ômicron aumentou número de casos de Covid-19, mas vacinados têm menor necessidade de atendimento médico

    Ester Cassaviada CNN*Léo Lopesda CNN , em São Paulo

    A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) recentemente fez um alerta sobre a taxa de ocupação de leitos da rede pública hospitalar.

    No total, 10 capitais têm mais de 60% dos leitos de UTI ocupados por infectados pela Covid-19. Neste reflexo do avanço da variante Ômicron do coronavírus pelo país, a cidade de Goiânia registrou o maior percentual, com 94% dos leitos de UTI ocupados.

    ministro da SaúdeMarcelo Queiroga, já afirmou que o governo federal pode dobrar o número de leitos de terapia intensiva para suportar o aumento da demanda, se necessário.

    Em entrevista à CNN nesta segunda (17), o infectologista Ralcyon Teixeira disse que esse níveis de ocupação de leitos “acendem um sinal amarelo”.

    Ele destaca que pacientes infectados com Covid-19 que completaram o esquema vacinal contra a Covid-19 – com dose única ou duas doses – em grande maioria desenvolvem casos leves da doença.

    De acordo com o diretor da Divisão Médica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, 80% dos internados no hospital, que é referência na capital paulista, não estavam vacinados contra a doença, ou não receberam a segunda dose.

    “A proporção chama muito a atenção. Estão internados quatro indivíduos que não se vacinaram para cada um que se vacinou”, pontuou, explicando que a vacina não serve para evitar que se pegue doença, mas para garantir que ela tenha uma forma branda caso seja infectado.

    Ele acrescenta que, do que tem conversado com pacientes, a maioria optou por não tomar a vacina por medo. “As notícias infundadas de que as vacinas são experimentais, que podem causar alterações ou doenças causaram medo em determinadas pessoas. Porém, a gente vê no momento da internação que, se a pessoa tivesse tomado a vacina, não estaria naquelas condições”, comentou.

    Ele também explica que os níveis de ocupação dos leitos não são totalmente comparáveis completamente às outras fases da pandemia.

    “Em 2021 tivemos um decréscimo importante no número de casos e internações. Com essa queda expressiva, os leitos que estavam exclusivamente destinados para casos de Covid-19 foram redirecionados para outras áreas”, argumentou.

    “No ano passado chegamos a 15 mil leitos no estado de São Paulo, hoje temos pouco mais de 4 mil”, complementou.

    Sob supervisão de Elis Franco

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