Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Cientistas desenvolvem teste que identifica risco de progressão do câncer de pele

    Método permite a identificação de pacientes com baixo risco de recorrência ou disseminação do melanoma

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    O melanoma é o tipo mais grave de câncer de pele devido à alta possibilidade de metástase, que é o espalhamento da doença para outros órgãos.

    Pesquisadores do Reino Unido desenvolveram um teste que identifica o risco de progressão da doença e fornece dados mais precisos sobre o risco de propagação da doença em pessoas diagnosticadas em estágio inicial.

    A metodologia e os resultados do teste foram publicados no periódico científico British Journal of Dermatology.

    Criado por cientistas e médicos da Universidade de Newcastle, o teste, quando aplicado à biópsia do melanoma primário, permite a identificação de pacientes com baixo risco de recorrência ou disseminação da doença.

    O desenvolvimento da ferramenta foi possível devido ao avanço científico na compreensão do mecanismo de crescimento do câncer de pele.

    De acordo com o estudo, os melanomas em estágio inicial que apresentam risco de disseminação produzem no organismo uma proteína chamada fator de crescimento transformador beta 2 (TGFβ2).

    Essa proteína causa a redução de outras proteínas, AMBRA1 e loricrina, que são encontradas na pele que recobre o tumor. A proteína TGFβ2 também causa a perda da proteína claudina-1 provocando a perda da integridade da pele e facilitando a formação de úlceras.

    “Como argamassa e tijolos que unem uma parede, AMBRA1, loricrina e claudina-1 são proteínas essenciais para manter a integridade da camada superior da pele. Quando essas proteínas são perdidas, as lacunas se desenvolvem – como a argamassa desmoronando na parede. Isso permite que o tumor se espalhe e, finalmente, ulcere, o que sabemos ser um processo associado a tumores de maior risco”, explicou a pesquisadora Penny Lovat, professora de Dermatologia Celular e Oncologia na Universidade de Newcastle, em um comunicado.

    De acordo com os pesquisadores, a aplicação do teste poderá trazer benefícios que incluem a definição de métodos de acompanhamento específicos para cada paciente de acordo com o risco de progressão da doença.

    “Nosso teste oferece um prognóstico personalizado, pois prevê com mais precisão se é improvável que seu câncer de pele se espalhe. Este teste ajudará os médicos a identificar pacientes genuinamente de baixo risco diagnosticados com melanoma em estágio inicial e a reduzir o número de consultas de acompanhamento para aqueles identificados como de baixo risco”, afirmou Penny.

    Sobre o câncer de pele

    O câncer de pele melanoma tem origem nas células produtoras de melanina, chamadas melanócitos. A doença pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais.

    De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o melanoma é o câncer mais frequente no Brasil. A cada ano, são registrados cerca de 8 mil novos casos no país. Em 2019, foram notificados 1.978 mortes pela doença no país.

    Os principais fatores de risco são a exposição prolongada e repetida ao sol, uso de bronzeamento artificial, ter pele e olhos claros, além de histórico familiar ou pessoal do câncer de pele. A prevenção inclui o uso de protetor solar e evitar a exposição ao sol no horário das 10h às 16h, quando os raios são mais intensos.

    A detecção precoce do câncer aumenta as chances de sucesso no tratamento, que pode incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo do estágio do câncer. Quando há metástase, existe a possibilidade de tratamento com novos medicamentos, que apresentam altas taxas de sucesso.

    Tópicos