Principais reservatórios do país têm melhor cenário hídrico desde agosto de 2020
Subsistema Sudeste/Centro-Oeste se recupera após registrar volume de chuva acima da média histórica nos últimos meses
Os reservatórios localizados no Sudeste/Centro-Oeste do Brasil apresentaram 35% da capacidade máxima na primeira quinzena de janeiro. É o maior patamar registrado pelo subsistema desde agosto de 2020, quando os níveis das usinas eram de 42%. O levantamento feito pela CNN usou como base os dados divulgados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) na sexta-feira (14).
E o cenário pode melhorar. Segundo o operador, a expectativa é de que o nível hídrico dos reservatórios dessas regiões chegue a 41,4% de sua capacidade até o fim de janeiro. O subsistema Sudeste/Centro-Oeste é responsável por cerca de 70% da geração de energia do Brasil.
Os bons resultados do subsistema estão relacionados ao aumento do volume de chuva nas últimas semanas. Dados do ONS sinalizam que os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste devem registrar precipitações 16% acima da média histórica até o fim de janeiro. Em valores absolutos, a região deve registrar 69.570 Megawatts de chuva durante este período.
Em paralelo à melhor capacidade de armazenamento hídrico, o subsistema registra uma queda de 4,7% na demanda por energia elétrica em janeiro, quando comparado com o mesmo período do ano passado. A menor carga elétrica na região é explicada pela temperatura amena nos últimos dias, o que reduz a utilização de aparelhos eletrônicos, como o ar-condicionado.
Dados compilados pela CNN mostram que os reservatórios o Sudeste/Centro-Oeste atingiram seu pior momento em setembro de 2021, quando o subsistema registrava 16% da capacidade hídrica total. No período, o Brasil registrava a pior crise hídrica dos últimos 90 anos, segundo o ONS.
Apesar da recuperação dos níveis hídricos ao longo dos últimos meses, pesquisadores do ONS ainda mantêm cautela sobre o cenário atual.
“Apesar da melhora dos níveis dos reservatórios, vale destacar que a situação hídrica ainda é sensível, sendo necessário aguardar o fim da estação chuvosa, que se encerra entre março e abril, para avaliar os reflexos na recuperação do volume de água estocada e adequar a operação do setor elétrico brasileiro”, destaca um trecho do comunicado do Operador Nacional.