Em dois meses, 13 mil profissionais de saúde foram afastados por Covid e gripe
Balanço envolve somente as capitais brasileiras; em São Paulo, pedidos de licença dobraram em relação à última semana
Mais de 13 mil profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, funcionários administrativos e servidores públicos foram afastados entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022 devido a casos de Covid-19 e síndrome gripal em 14 capitais do país, segundo levantamento da Agência CNN feito nesta sexta-feira (14).
As capitais que mais afastaram profissionais foram: Rio de Janeiro (5.500), São Paulo (3.193), Fortaleza (1.300) e São Luís (1.000).
São Paulo afirma que desde 1º de dezembro houve aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e Covid-19, mas “sem impactos significativos na assistência”. No entanto, as licenças médicas dobraram em relação à última semana, que contabilizava 1.585.
A Secretaria Municipal de Saúde da capital paulista declara que contratou 280 novos profissionais e autorizou as Organizações Sociais de Saúde (OSSs) a contratar mais médicos e enfermeiros para garantir os atendimentos.
O Rio de Janeiro assegura que parte dos funcionários já retornaram ao trabalho após o período de isolamento. “As unidades de saúde e centros de testagem seguem funcionando e atendendo o público normalmente”, diz a Secretaria Municipal da Saúde.
Em Belo Horizonte (MG), 487 trabalhadores estiveram afastados por doenças respiratórias, representando 4% do total. A prefeitura informa que já contratou mais 1.015 profissionais de saúde, sendo 211 médicos especialistas.
Vitória (ES) teve 242 afastamentos em dezembro. A administração municipal diz que avalia cada caso individualmente, já que houve um aumento de mais de 50% na procura por atendimento para síndromes respiratórias. Diante do episódio, 166 novos servidores foram contratados.
Curitiba (PR) teve 47 licenciamentos no período. Em Porto Alegre (RS) foram 348 profissionais estão com alguma doença respiratória. Algumas unidades de saúde na cidade estão atendendo com equipes reduzidas, aumentando o tempo de espera para consultas.
Campo Grande (MS) contabilizou 137 profissionais que precisaram deixar suas funções, de um total de 7.600. Com a defasagem no número de funcionários, foram contratados trabalhadores temporários para o atendimento da população.
Cuiabá (MT) precisou afastar mais de 320 servidores apenas em janeiro. Mesmo com o alto número, a cidade está impedida judicialmente de realizar contratações por temporada e tenta junto ao Ministério Público a liberação. A Secretaria Municipal da Saúde abriu processo seletivo simplificado para tentar suprir a demanda.
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No Distrito Federal foram 146 licenciamentos por Covid-19, 175 por gripe e 273 por outras doenças respiratórias. “A Secretaria de Saúde esclarece que as escalas dos servidores são ajustadas para não ter nenhum prejuízo à população. Além disso, foram nomeados mais profissionais de saúde recentemente, o que reforça os atendimentos.”
Em Boa Vista (RR) foram 72, sendo 35 de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e 21 do Hospital da Criança Santo Antônio. Os demais são de setores da Secretaria da Saúde.
Manaus (AM) afastou 48 profissionais por doenças respiratórias. Em Fortaleza (CE) são 600 colaboradores afastados em postos de saúde e 700 na rede hospitalar.
São Luís (MA) teve 200 funcionários que precisaram se licenciar na última semana de dezembro e mais 800 até o dia 12 de janeiro. A Secretaria da Saúde está realizando o remanejamento de funcionários e a contratações temporárias.
No Recife (PE) são 43 servidores com suspeita ou confirmação da Covid-19 e outros 30 com influenza. O governo local diz que “mantém o monitoramento diário dos profissionais com síndrome gripal, orientando a testagem imediata e indicando os afastamentos que se fizerem necessários. Desta forma, tem sido possível planejar estratégias para manter com qualidade a assistência prestada aos usuários do SUS no Recife”.
Maceió (AL), Salvador (BA), João Pessoa (PB), Teresina (PI), Natal (RN), Aracaju (SE), Belém (PA), Porto Velho (RO), Macapá (AP) e Florianópolis (SC) não responderam ao pedido da CNN. Goiânia (GO) e Rio Branco (AC) ainda não computaram os dados sobre afastamentos. Palmas (TO) informou que não consegue fazer o balanço.