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    Fiocruz: é preciso iniciar plano de contingência para ampliar número de leitos

    Pesquisadora da Fiocruz Margareth Portela alertou para o número reduzido de leitos de UTI no país diante da possibilidade de aumento de casos graves

    Pedro Pimenta*Raphael Coraccinida CNN Em São Paulo

    A redução drástica no número de casos graves de Covid-19 no Brasil desde julho do ano passado causou o fechamento em massa de leitos hospitalares de tratamento intensivo. Diante da retomada da alta no número de casos, as autoridades precisam estar preparadas para um eventual aumento da demanda.

    O alerta é da pesquisadora do Observatório Fiocruz Covid-19 Margareth Portela, que falou à CNN na manhã desta sexta-feira (14). No Brasil, já são pelo menos dez capitais com 60% ou mais dos leitos de UTI ocupados.

    “Os gestores públicos devem começar a acionar seus planos de contingência, reativar leitos, mas, por outro lado, não existe o desespero de se estar caminhando para o colapso do sistema de saúde”, disse a pesquisadora ao relembrar a situação no primeiro semestre de 2021, que exigiu a abertura a toque de caixa de leitos para tratamento intensivo.

    Ela conta que, no início da pandemia, estados chegaram a ter 400 leitos de terapia intensiva por ocasião do aumento de casos, caindo para cerca de 150 depois que a pandemia entrou numa curva descendente. Hoje, o número de leitos disponíveis é pouco maior que 30.

    “Está na hora de prestar atenção, (os casos) estão subindo”, diz Margareth. Porém, ela ressalta que hoje o cenário é “muito melhor” do que o do auge da pandemia, quando havia um número muito maior de leitos abertos, mas um cenário de alta dos casos graves e necessidade de internação.

    “O denominador que a gente está trabalhando, de número de leitos, é muito menor hoje do que aquele que tivemos no momento crítico ou de arrefecimento, por volta de julho e agosto”, afirma, mas ela alerta que poderá haver uma retomada do crescimento de casos graves se houver um número muito grande de casos totais.

    Além disso, a distribuição de leitos não é homogênea pelo Brasil. Há estados com maior capacidade de reabrir leitos que outros. “A gente não pode minimizar preocupações”, disse a pesquisadora, ressaltando que, “além dos casos de Ômicron, há a persistência da variante Delta e os casos de Influeza, que competem pelos mesmos leitos”.