Pão mais antigo do mundo com 8.600 anos é descoberto na Turquia
Alimento foi encontrado em uma estrutura de forno no sítio arqueológico de Çatalhöyük, no sul do país
Arqueólogos da Turquia afirmam ter descoberto o pão mais antigo do mundo, datado de 6600 a.C.
Uma estrutura de forno, em grande parte destruída, foi encontrada numa área chamada “Mekan 66”, onde existem casas de tijolo de barro adjacentes, no sítio arqueológico de Çatalhöyük, na província de Konya, no sul da Turquia, de acordo com o Centro de Investigação e Aplicação de Ciência e Tecnologia da Universidade Necmettin Erbakan (BITAM).
Em torno do forno, os arqueólogos encontraram trigo, cevada, sementes de ervilha e um resíduo redondo e “esponjoso” do tamanho da palma da mão, disse em um comunicado de imprensa na quarta-feira (6).
As análises determinaram que o resíduo orgânico era pão fermentado, não cozinhado, com 8.600 anos.
“Podemos dizer que este achado em Çatalhöyük é o pão mais antigo do mundo”, disse o arqueólogo Ali Umut Türkcan, chefe da Delegação de Escavação e professor associado da Universidade de Anadolu, na Turquia, à agência noticiosa estatal turca Anadolu Agency.
“É uma versão mais pequena de um pão. Tem um dedo pressionado no centro, não foi cozido, mas foi fermentado e sobreviveu até aos dias de hoje com os amidos no interior. Não existe nenhum exemplo semelhante de algo assim até à data”, acrescentou.
As imagens do microscópio eletrônico de varredura mostraram espaços de ar na amostra, com a observação de grãos de amido “eliminando as nossas suspeitas”, disse o biólogo Salih Kavak, professor na Universidade de Gaziantep, na Turquia, no comunicado.
O biólogo Salih Kavak, professor da Universidade de Gaziantep, na Turquia, disse em comunicado que as análises revelaram produtos químicos encontrados em plantas e indicadores de fermentação. A farinha e a água tinham sido misturadas, tendo o pão sido preparado junto ao forno e guardado durante algum tempo.
“É uma descoberta empolgante para a Turquia e para o mundo”, afirmou Kavak.
A matéria orgânica – tanto a madeira como o pão – foi preservada pela argila fina que cobria a estrutura, segundo Türkcan.
Çatalhöyük, que é Património Mundial da Unesco, abrigou cerca de 8.000 pessoas durante o período Neolítico, entre cerca de 10.000 a.C. e 2.000 a.C., e é um dos primeiros locais de urbanização do mundo, segundo o BITAM.
A investigação no local bem preservado revelou esquemas de habitação distintos e características extensivas, tais como pinturas murais e relevos – fazendo com que seja considerado “o assentamento humano mais significativo que documenta o início da vida agrícola de uma comunidade neolítica”, de acordo com o site da Unesco.
“Çatalhöyük já era o centro de muitas estreias. Os primeiros tecidos do mundo já se encontravam em Çatalhöyük quando foi escavado. Os artefactos de madeira também se encontravam em Çatalhöyük. A isto juntaram-se as pinturas murais e os quadros. Konya e a Turquia têm muita sorte neste sentido”, afirmou Türkcan.