Mercados repercutem surpresa positiva com serviços e seguem com EUA no radar
Inflação de 7% dos EUA segue no foco do mercado nesta quinta-feira; divulgação dos dados de serviços em novembro movimentam mercado brasileiro
Os mercados seguem de olho nas repercussões do resultado da inflação nos Estados Unidos e com os dados do setor de serviços de novembro no Brasil.
Começando pelo exterior, futuros americanos operam perto da estabilidade, depois do resultado dos dados de inflação de quarta-feira (12). Apesar de ser a maior inflação em quatro décadas, o mercado temia que o dado viesse bem pior. Como o resultado foi em linha com o esperado, trouxe algum alívio, e as bolsas subiram.
Hoje, o dia é de mais cautela. A inflação alta pressiona a curva de juros e investidores aguardam dados de inflação ao produtor, seguro-desemprego e falas de membros do Federal Reserva (Fed).
Investidores também monitoram a variante Ômicron do coronavírus. A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que foram registrados 15 milhões de casos em uma semana, e que a variante ainda está hospitalizando muitas pessoas, apesar de ser menos grave.
Na Ásia, as bolsas caíram, com avanço da Covid-19 e a abertura de taxa de juros. Na Europa, bolsas seguem os Estados Unidos e ficam perto da estabilidade.
O mercado acompanha o clima de pressão para a renúncia do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que inclui membros do seu partido, depois que ele admitiu ter participado de uma festa durante o lockdown.
Brasil
Vindo para o Brasil, a inflação americana dentro do esperado reduziu aversão ao risco, ajudou emergentes, e a bolsa brasileira subiu na véspera.
Nesta quinta-feira, o dia aponta para um tom mais pessimista, com a escalada na pressão de servidores por reajuste salarial. Parlamentares da bancada da bala pressionam o presidente Jair Bolsonaro (PL) para garantir o reajuste à polícia federal, dizendo que seria pior para o presidente voltar atrás.
A equipe econômica quer barrar qualquer aumento e o presidente, que busca acenar aos servidores em ano de eleição, tem até o dia 21 de janeiro, próxima sexta, para sancionar ou vetar a verba no orçamento.
Outro ponto de atenção para o mercado está no decreto assinado pelo presidente da República, que dá poder à Casa Civil na execução do orçamento. Analistas avaliam que a medida enfraquece o ministro da Economia, Paulo Guedes, e dá mais poder ao centrão em ano eleitoral, o que traz mais pressão aos gastos públicos.
Por fim, acabaram de sair os dados de serviços do IBGE. O setor cresceu 2,4% em novembro, muito acima da expectativa do mercado, que projetava avanço de 0,2%. Com isso, o setor recuperou a perda acumulada de 2,2% em setembro e outubro. Agora, o setor está 4,5% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020.
O Ibovespa Futuro cai nesta manhã 0,51%, a 106.115 pontos, com o dólar subindo 0,14%, a R$ 5,54. O S&P 500 Futuro fica perto da estabilidade, subindo 0,04%, com 4.728 pontos.
Agenda do dia
No Brasil, acabou de ser divulgado pelo IBGE o desempenho dos serviços para o mês de novembro. Nos Estados Unidos tem inflação ao produtor, pedidos de seguro-desemprego e discursos de membros do Federal Reserve (Fed).