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    Ibovespa fecha em maior patamar desde dezembro com inflação dos EUA; dólar cai

    Inflação norte-americana e IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) impulsionaram o mercado nacional nesta quarta-feira

    Do CNN Brasil Business* em São Paulo

    O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira (12), na mesma direção do mercado internacional, e na máxima da sessão. Os investidores refletiam a inflação acima do esperado no Brasil e os dados de preço ao consumidor nos Estados Unidos que vieram em linha com as expectativas. O principal índice da bolsa encerrou o dia com ganhos de 1,84%, aos 105.685,66 pontos.

    O pregão de hoje foi o maior patamar desde 17 de dezembro (107.201 pontos), com o índice passando ao território positivo neste ano. O volume financeiro foi de R$ 27,2 bilhões.

    Já o dólar fechou em queda nesta quarta-feira. A moeda americana seguiu a tendência observada no exterior após a divulgação dos dados de inflação nos EUA em linha com as expectativas do mercado e encerrou o dia com desvalorização de 0,79% frente ao real, a R$ 5,535, o menor patamar (cotação) desde 17 de novembro de 2021.

    O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou mais cedo que o índice de preços ao consumidor subiu 0,5% no mês passado. Nos 12 meses até dezembro, o índice avançou 7,0%, maior ganho anual desde junho de 1982.

    Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial de inflação do Brasil, terminou 2021 com alta de 10,06%, mais que o esperado pelo mercado, reforçando a necessidade de aumento de juros, o que favorece o real ante o dólar.

    O resultado fica acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 5,25%, e é o maior em seis anos.

    O grupo Transportes teve o maior peso no resultado do ano, de acordo com o instituto, com a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 p.p.) no período.

    Moeda norte-americana

    “O dólar enfraqueceu após os dados [dos EUA]”, comentou Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos, citando percepção de que o número dentro do esperado não aumenta a pressão sobre o banco central dos Estados Unidos, o Fed (Federal Reserve, Banco Central dos EUA), para que acelere eventual processo de alta de juros.

    O presidente da instituição, Jerome Powell, foi sabatinado no Senado norte-americano na terça-feira, e realizou comentários considerados menos duros em relação à inflação do que os da ata da última reunião de política monetária do Fed. Ainda assim, o mercado já espera uma alta de juros em março.

    Powell afirmou que a economia norte-americana está pronta para uma política monetária mais apertada, mas que pode levar vários meses até que as autoridades tomem uma decisão sobre a redução do balanço de cerca de US$ 9 trilhões de dólares.

    “Desta forma, [o presidente do Fed] esvaziou o receio dos mais pessimistas, que já estavam apostando em até cinco ou seis altas do juro básico americano em 2022”, escreveu Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

    Impactos nos dólar

    Outro ponto que também afetou o dólar frente ao real foi o mercado de títulos do Tesouro dos Estados Unidos, que é naturalmente mais atrativo, devido a sua segurança, altas nos juros aumentam ainda mais essa atratividade, estimulando a retirada de fluxos de investimentos de mercados mais arriscados, como o brasileiro.

    O rendimento da nota do Tesouro de 10 anos de referência caiu para 1,711% nesta quarta-feira, ante 1,745% na véspera.

    Internamente, a possibilidade de o governo federal aumentar gastos em meio à reivindicação de reajuste por servidores públicos também desfavoreceu o real ante o dólar, devido ao risco de descontrole fiscal.

    Servidores públicos federais se organizam para realizar uma possível paralisação no próximo dia 18. O movimento, apoiado por 37 associações e sindicatos, tem como objetivo pressionar o governo por reajuste salarial e ameaça promover uma greve por tempo indeterminado em fevereiro, caso não seja atendido.

    Na última terça-feira (11), o dólar desvalorizou 1,63%, cotado a R$ 5,580. O Ibovespa subiu 1,80%, aos 103.778,98 pontos

    Sobe e desce da B3:

    Veja quais foram os principais destaques desta quarta-feira:

    Maiores altas

    • Iguatemi (IGTI11) +8,31%;
    • Magazine Luiza (MGLU3) +7,50%;
    • Multiplan (MULT3) +6,54%;
    • Lojas Renner (LREN3) +5,98%;
    • BR Malls (BRML3) +5,93%

    Maiores baixas

    • Locaweb (LWSA3) -3,44%;
    • Banco Inter (BIDI11) -3,01%;
    • Santander (SANB11) -2,61%;
    • Cielo (CIEL3) -2,40%;
    • Embraer (EMBR3) -1,58%

    *Com informações da Reuters

    Errata: Versão inicial do texto apontava que o dólar encerrou no menor patamar desde novembro de 2020. O correto é 2021. Também informava que o Ibovespa atingiu maior pontuação desde novembro de 2021, quando correto é desde dezembro de 2021. As informações foram corrigidas.