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    Irlanda votará remoção de referências “sexistas” às mulheres na Constituição

    Texto se refere a importância da "vida dentro do lar" para a mulher

    Padraic HalpinClodagh Kilcoyneda Reuters

    A Irlanda votará na sexta-feira (8), o Dia Internacional da Mulher, para substituir as referências em sua Constituição sobre a importância da “vida dentro do lar” para a mulher, a mais recente tentativa de atualizar seu documento fundador de 1937.

    Embora as mudanças sociais no país, que já foi profundamente católico, tenham estimulado a remoção das proibições do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a Constituição contém uma cláusula que reconhece “que, por sua vida dentro do lar, a mulher dá ao Estado um apoio sem o qual o bem comum não pode ser alcançado”.

    O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, tem promovido a votação, realizada intencionalmente no Dia Internacional da Mulher, como uma chance de eliminar uma “linguagem muito antiquada e muito sexista sobre as mulheres”.

    Ainda assim, alguns ativistas e grupos de defesa de pessoas com deficiência têm se oposto à proposta do governo de substituir a redação por uma linguagem que reconheça o cuidado dentro das famílias, por não colocar um ônus legal maior sobre o Estado para apoiar aqueles que dão ou recebem cuidados.

    “O lugar da mulher é onde ela quiser, e nada menos do que isso é aceitável em nossa Constituição”, disse Orla O’Connor, diretora do Conselho Nacional das Mulheres da Irlanda, enquanto pedia um voto “sim” no centro de Dublin na quarta-feira (6).

    Uma segunda cláusula que deverá ser substituída diz que o Estado “deve se esforçar para garantir que as mães não sejam obrigadas, por necessidade econômica, a se envolverem no trabalho, negligenciando seus deveres no lar”.

    De fato, até 1973, mulheres solteiras eram obrigadas a se demitir de seus empregos ao se casarem, e as casadas eram impedidas de se candidatar a vagas.

    Pesquisas de opinião uma semana antes da votação sugeriram que uma clara maioria apoiaria a proposta e uma segunda que amplia a definição de família na Constituição para reconhecer “relacionamentos duradouros”, como casais que coabitam e seus filhos.

    Entretanto, a campanha que parece não estar engajando o eleitorado corre o risco de um baixo comparecimento, o que no passado já aumentou a proporção de pessoas que votaram pelo status quo.

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