Atuação de Nikolas Ferreira em comissão da educação preocupa integrantes do MEC
Pasta teme que deputado bolsonarista possar prejudicar, ainda mais, diálogo do governo com parlamentares
A confirmação do nome do deputado Nikolas Ferreira (PL – MG) na presidência da comissão de educação da Câmara dos Deputados acendeu um sinal vermelho para o Ministério da Educação (MEC).
A avaliação de integrantes da pasta é que o parlamentar pode dificultar o diálogo do governo com o legislativo e se transformar em um porta-voz de pautas ideológicas consideradas “desgastantes” para a gestão petista.
A lista de assuntos considerados preocupantes, no cenário atual, inclui propostas que tratam do homeschooling (educação domiciliar) e da cobrança de mensalidades em universidades públicas.
O debate sobre a cobrança de pagamento em instituições públicas ganhou força durante o governo de Jair Bolsonaro, mas acabou na gaveta por um recuo do próprio ex-presidente diante da polêmica.
Internamente, uma ala do MEC admite falhas na articulação do governo, que não conseguiu demover um “bolsonarista raiz” de um colegiado importante para os petistas.
A preocupação também envolve as críticas que já eram direcionadas ao ministro da Educação, Camilo Santana, em 2023.
Escolhido por Lula para o comando da pasta, considerada a “estrela do PT”, Santana patinou na articulação com o Congresso e quase perdeu a queda de braço com a oposição sobre as mudanças no Novo Ensino Médio.
O ministro também é alvo de cobranças do centrão sobre emendas parlamentares.
Em nota, Nikolas Ferreira afirmou que atuará com respeito aos partidos e membros da comissão e que as pautas serão definidas por consenso.
“Neste ano de presidência, debateremos assuntos importantes e complexos como: Plano Nacional de Educação, Segurança nas Escolas, fortalecimento da Educação Básica, homeschooling, projetos que promovam uma educação que respeite a vida e a dignidade humana desde a concepção, dentre diversos outros temas que são importantes para a Educação em nosso país”, completou o parlamentar em nota encaminhada aos jornalistas nesta quinta-feira (7).