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    Bicheiro Bernardo Bello é alvo de operação do MP e da Polícia Civil, no Rio

    Um dos chefes da contravenção no Rio de Janeiro, ele é acusado de lavagem de dinheiro e organização criminosa

    Isabelle Salemeda CNN

    O bicheiro Bernardo Bello, um dos chefes da contravenção no Rio de Janeiro, é alvo de uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio na manhã desta quinta-feira (7). As acusações são de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

    De acordo com o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), para a ação, foram expedidos, pela 2ª Vara Criminal Especializada da Capital, oito mandados de prisão preventiva contra integrantes da organização criminosa chefiada por Bello. Desses, cinco foram cumpridos no sistema penitenciário. Ou seja, eram contra alvos que já cumpriam pena por outros crimes.

    Além disso, também estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas físicas e jurídicas em São João de Meriti e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na  Penha Circular, zona norte da capital, e na Freguesia e Barra da Tijuca, zona oeste.

    Nesta terceira fase da Operação Ás de Ouros, 13 pessoas foram denunciadas à Justiça pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

    A ação surgiu em decorrência de uma investigação sobre a morte do advogado advogado Carlos Daniel Dias, de 41 anos, em Niterói, em 2022. O criminalista chegou a atuar na defesa da viúva do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, morto na Bahia em 2020. Julia Lotufo foi acusada pelo Ministério Público por suspeita de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em uma delação premiada, que nunca foi homologada, Julia acusou Bernardo Bello de coagir o miliciano, que também tinha ligação com o jogo do bicho.

    A ação conjunta do GAECO/MPRJ com a Subsecretaria de Inteligência da PCERJ e com o Departamento Geral de Combate à Corrupção ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) também conta com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP).

    Bernardo Bello

    Ex-presidente da escola de samba Unidos de Vila Isabel, Bernardo Bello chegou à liderança do jogo do bicho em parte do Rio de Janeiro após a morte do ex-sogro, o bicheiro conhecido como Maninho Garcia, assassinado em 2004. Ele foi baleado quando deixava uma academia de ginástica na Freguesia, em Jacarepaguá, também na zona oeste. O contraventor tinha 42 anos e era presidente do Conselho Fiscal da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro.

    Apesar de não ser o sucessor direto, uma vez que Maninho tinha na família um irmão, Alcebíades Paes Garcia, o Bid, e também três filhos – as gêmeas Shanna e Tamara e Mirinho – que poderiam assumir a contravenção, Bello, que foi casado com uma das filhas de Maninho, Tamara Garcia, acabou levando a melhor na disputa e conquistou poder sobre os pontos de jogo do bicho, numa história que envolve muitas mortes e diversas acusações.

    Em 2017, o filho de Maninho, Waldomiro Paes Garcia Júnior, Mirinho, foi assassinado, aos 27 anos, após ser mantido refém por sequestradores.

    Ex-cunhada de Bernardo, a empresária Shanna Garcia, acusa Bello de ser o mandante de um atentado sofrido por ela em 2019, quando foi atingida por dois tiros em frente a um centro comercial também na Barra da Tijuca.

    Já Bid, irmão de Maninho que tinha ameaçado assumir os negócios da família Garcia, foi executado dia 25 de fevereiro de 2020 na porta do condomínio onde morava, também na Barra da Tijuca.

    Em 2022, Bello, constava na lista da Difusão Vermelha, foi preso pela Interpol na Colômbia, acusado do assassinato de Bid. Ele ficou preso por quatro meses mas conseguiu um habeas corpus para responder pelos crimes no Brasil, em liberdade.

    O motivo para tantas acusações, segundo as investigações, é o espólio de 25 milhões de reais, deixado por Maninho.

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