Banco Mundial vê forte desaceleração do crescimento global e risco a mais pobres
Dívidas, aumento de desigualdade de renda e novas variantes de Covid-19 ameaçam recuperação em economias em desenvolvimento
O Banco Mundial cortou nesta terça-feira (11) suas projeções para o crescimento econômico nos Estados Unidos, zona do euro e China, e alertou que os níveis altos de dívida, aumento de desigualdade de renda e novas variantes de Covid-19 ameaçam a recuperação nas economias em desenvolvimento.
O banco disse que o crescimento global deve desacelerar “consideravelmente” para 4,1% em 2022 de 5,5% no ano passado, e cair ainda mais a 3,2% em 2023 conforme a demanda represada se dissipa e os governos reduzem o suporte fiscal e monetário fornecido no início da pandemia.
As previsões para 2021 e 2022 foram reduzidas em 0,2 ponto percentual em relação ao relatório Perspectivas Econômicas Globais de junho.
O Fundo Monetário Internacional também deve reduzir suas projeções em 25 de junho.
Alívio a países mais pobres
O presidente do Banco Mundial, David Malpass, pediu, nesta terça-feira, progresso mais acelerado sobre o alívio da dívida para países em desenvolvimento com total participação da China, alertando que atrasos aumentam os riscos a suas economias representados por taxas de juros mais altas, desvalorização cambial e insegurança alimentar.
Malpass disse em entrevista à imprensa que os países mais pobres enfrentam 35 bilhões de dólares em pagamentos do serviço da dívida a credores oficiais e do setor privado – fundos que não podem ser usados para enfrentar a pandemia de Covid-19 – com mais de 40% do total devidos à China.
“Os riscos de calotes desordenados estão crescendo”, disse Malpass.