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    ONU testará estrada militar israelense para levar ajuda ao norte de Gaza

    Organização alertou que pelo menos 576.000 pessoas em Gaza - um quarto da população - estão à beira da inanição

    Reuters

    A Organização das Nações Unidas avaliará na quinta-feira como pode usar uma estrada militar israelense ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza para entregar ajuda a centenas de milhares de civis desesperados no norte do enclave palestino, disse uma autoridade sênior de ajuda da ONU.

    A ONU alertou que pelo menos 576.000 pessoas em Gaza — um quarto da população — estão à beira da inanição.

    Jamie McGoldrick, coordenador de ajuda da ONU para o Território Palestino Ocupado, disse que a ONU vem pressionando Israel há semanas para usar a estrada da cerca da fronteira de Gaza e que recebeu mais cooperação de Israel na última semana.

    As autoridades palestinas dizem que mais de 100 pessoas foram mortas na última quinta-feira tentando chegar a um comboio de ajuda perto da Cidade de Gaza, a maioria delas alvejada por tropas israelenses. Os militares de Israel, que vinham supervisionando as entregas de ajuda privada, disseram que a maioria delas morreu em função de um tumulto.

    “Desde o incidente da semana passada, acho que Israel viu claramente como é difícil entregar a assistência”, disse McGoldrick aos repórteres, acrescentando que a ONU tinha visto “muito mais cooperação de Israel como resultado dessa percepção”.

    Atualmente, a ajuda pode chegar a Gaza pelo sul através da passagem de Rafah, com o Egito, e da passagem Kerem Shalom com Israel. McGoldrick disse que o plano é que os comboios de ajuda sejam inspecionados nessas passagens e, em seguida, escoltados pelo território israelense ao longo de uma estrada militar até o vilarejo fronteiriço israelense de Beeri.

    “Assim que entrarmos em Gaza, seremos deixados por conta própria”, disse ele, acrescentando que a ONU faria uma avaliação da possível nova rota na quinta-feira para verificar o estado das vias dentro de Gaza, para garantir que não haja material bélico não detonado e para identificar pontos de distribuição adequados para a ajuda.

    McGoldrick disse que o uso dessa rota para chegar ao norte de Gaza permitiria que os comboios de ajuda evitassem estradas congestionadas e a insegurança dentro do enclave. O Programa Mundial de Alimentos da ONU interrompeu suas entregas no norte de Gaza em 20 de fevereiro devido a preocupações com a segurança, com seus comboios expostos a ataques de multidões famintas.

    McGoldrick disse que outras vias de ajuda — incluindo o porto de Ashdod, em Israel, e as entregas aéreas dos Estados Unidos e da Jordânia — eram “úteis, mas não vão atender às necessidades significativas, que só podem ser atendidas por transporte rodoviário”.

    A agência de refugiados palestinos da ONU, UNRWA, disse que, em fevereiro, uma média de cerca de 97 caminhões conseguiu entrar em Gaza por dia, em comparação com cerca de 150 caminhões por dia em janeiro — bem abaixo da meta de 500 caminhões diários.

    O porta-voz do governo israelense, Eylon Levy, disse na quarta-feira que não há limites para a quantidade de ajuda que pode entrar em Gaza, pedindo aos doadores: “Enviem a ajuda, nós a receberemos”.

    A guerra em Gaza começou quando combatentes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 253 reféns, de acordo com contagem israelense. Israel retaliou, inicialmente impondo um “cerco total” a Gaza e lançando um ataque aéreo e terrestre que, desde então, matou cerca de 30.000 palestinos, segundo as autoridades de saúde do enclave governado pelo Hamas.

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