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    Capitólio nunca sofreu algo semelhante ao desabamento de sábado, diz Romeu Zema

    Governador de Minas Gerais afirmou que uma análise técnica será feita para viabilizar o turismo com segurança na região

    Tiago Tortellada CNN

    O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (10) para comentar sobre as fortes chuvas que atingem o estado no início deste ano e que causaram o desabamento de parte de um paredão de pedra em Capitólio –deixando dez mortos– e fizeram com que mais de 100 cidades mineiras decretassem situação de emergência.

    Segundo Zema, a região do Capitólio nunca sofreu nada parecido com o acidente do fim de semana, o que demandará uma análise técnica de geólogos e especialistas para determinar possíveis riscos futuros, bem como que cuidados adicionais serão exigidos.

    “Em determinadas épocas do ano, dependendo da chuva, o acesso pode não ser permitido. Queremos viabilizar turismo com segurança. É possível, sim”, afirmou.

    O governador prestou solidariedade às vítimas, mas pontuou que desabamentos acontecem frequentemente Brasil afora, mas que, muitas vezes, não causam danos ou fatalidades. Neste caso, houve a “infelicidade de atingir uma lancha com dez pessoas”.

    Segundo os bombeiros, quatro lanchas foram afetadas pela queda da pedra, sendo que duas foram atingidas diretamente e afundaram. Zema também informou que até que as embarcações sejam retiradas do leito do lago a área não deve ser liberada.

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    Quanto às cidades em situação de emergência por causa das chuvas, Zema disse que o estado tem trabalhado para prestar ajuda humanitária para as pessoas atingidas pelas enchentes, com abrigo e alimentação até que as águas baixem.

    O fato de muitas cidades estarem submersas ainda inviabiliza o reconhecimento de todos os danos pelas autoridades, porém o governador afirmou que pediu aos prefeitos que façam esse levantamento o mais rápido possível. Segundo Zema, o governo federal já disponibilizou R$ 47 milhões para as famílias afetadas no estado.

    Transbordamento de rios e reservatórios

    Minas Gerais tem sofrido com o transbordamento de rios e de reservatórios de minas, o que aconteceu também neste sábado, próximo ao município de Nova Lima.

    De acordo com Romeu Zema, as autoridades têm conseguido avisar a população das cidades antes de que sejam atingidas, para que não sejam “pegas de surpresa”, mas que não é possível evitar as enchentes.

    Em outras regiões, como em Furnas, que abastece a cadeia de cânions de Capitólio, alguns reservatórios estão com níveis baixos.

    “Temos trabalhado muito para que o nível do reservatório seja elevado novamente, não só pelo turismo, mas outras atividades afetadas, como piscicultores”, colocou o governador.

    Crise Hídrica

    Por fim, Zema abordou a questão da crise hídrica. “O Brasil é um país carente de planejamento. Tivemos crise hídrica, falta de água e quase crise de energia. Tivemos que ligar todas as termelétricas, porque não temos geração suficiente”, afirmou o governador.

    Segundo Zema, o fato de a construção de barragens ter sido evitada no passado faz com que as usinas hidrelétricas não produzam tudo o que poderiam, citando Belo Monte e Santo Antônio.

    “Será que esses especialistas estão protegendo ou danificando a natureza? Hoje o Brasil depende de queimar combustível fóssil para obter energia, e poderia evitar isso”.

    Ele concluiu dizendo que a alteração necessária é “algo sistêmico, e que não se corrige com uma ação”.

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