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    Brasil cai a 13º em ranking global de otimismo de empresários, mostra levantamento

    Apesar da queda, país teve a melhor média registrada desde 2012

    Thais HerédiaPriscila YazbekFabrício Juliãodo CNN Brasil Business

    Uma pesquisa feita pela Gran Thornton, obtida com exclusividade pela CNN, mostra que o Brasil caiu da 10ª para a 13ª posição no ranking de otimismo global de empresários.

    No entanto, a média de empresários otimistas registrada em 2021 foi de 64%, a maior desde 2012. No começo da pandemia, esse número era pouco maior de 50%.

    O estudo, que é realizado pela empresa norte-americana a cada semestre, contou com a participação de mais de 4.500 empresários em 24 países.

    “É natural a perda de posições, pois o Brasil encara um cenário de inflação maior, mais persistente. Portanto, uma reação mais forte do Banco Central de aumento de juros e na perscepção de risco sobre o país”, afirmou Thaís Herédia, analista de economia da CNN Brasil.

    A analista afirmou que, mesmo com o país caindo três posições, os números do ano passado refletem uma melhora das expectativas em relação aos últimos anos.

    “Essa pesquisa já mostrou o Brasil em posições muito ruins. Em 2012 foi a última vez que tivemos uma posição acima de 75% de otimismo no ranking geral. No começo da pandemia, esse índice estava pouco acima dos 50%”, acrescentou.

    A também analista de economia da CNN Priscila Yazbek afirmou que o aumento da média brasileira no índice ocorre em um cenário de menos incertezas devido à Covid-19 em comparação com 2020, apesar de a variante Ômicron ocasionar ainda dúvidas e preocupações.

    “Se a situação estava pior, é natural que os empresários se sintam mais confiantes com o que está por vir. Conforme a vacinação vai avançando, os empresários vão ficando com um nível de otimismo maior”, destacou.

    Segundo Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil, mesmo com a expectativa de um crescimento menor para este ano, trata-se um otimismo importante para continuar mantendo os negócios e uma recuperação dos preços.

    “As empresas fizeram uma lição de casa muito bem feita durante a pandemia. Mudaram a estrutura de custos, aumentaram tecnologia, renegociação de dívidas, na maioria das vezes trocando por uma dívida mais barata. Considerando tudo isso, manter as atividades mesmo que com crescimento menor, mantém o otimismo em alta”, afirmou.

    Thaís Herédia explica que o principal fator que impulsiona esse otimismo empresarial brasileiro são os investimentos, principalmente em relação à infraestrutura.

    “Há contratos para investimentos na área de saneamento, setor elétrico, além de óleo e gás na questão das ferrovias e rodovias. Além disso, também existem concessões a serem feitas pelo governo federal, o que pode aumentar o investimento em infraestrutura. Isso é gerador de emprego naturalmente”, disse a analista.

    “Em ano eleitoral, os investimentos em infraestrutura tendem a aumentar. Isso traz benefício de longo prazo e ajuda no curto prazo também. Além disso, o auxílio social mais alto pode impulsionar o consumo das famílias de baixa renda, num movimento parecido com o que aconteceu em 2020”, acrescentou Daniel Maranhão.

    Os primeiros países no ranking de otimismo empresarial da Gran Thornton são Irlanda, China, e dividindo o pódio em terceiro lugar Estados Unidos, Filipinas e Vietnã – todos com mais de 80% de otimismo para a retomada da economia em 2022.

     

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