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    Boris Casoy: Bolsonaro deveria fazer ato de grandeza e se retratar com Anvisa

    No quadro Liberdade de Opinião desta segunda-feira (10), comentarista Boris Casoy debate sobre tensão entre Antonio Barra Torres e Jair Bolsonaro, após divulgação de carta neste final de semana

    Fabrizio Neitzkeda CNN , Em São Paulo

    No quadro Liberdade de Opinião desta segunda-feira (10), o jornalista Boris Casoy – em sua estreia na CNN – comentou sobre a carta escrita pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, ao presidente Jair Bolsonaro (PL), divulgada no último sábado (8).

    Na nota, Barra Torres rebateu falas do presidente que, em transmissão pela internet, acusou funcionários da Anvisa de terem um “interesse” por trás da autorização da vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. “Se o senhor dispõe de informações que levantem o menor indício de corrupção sobre este brasileiro, não perca tempo nem prevarique, Senhor Presidente”, escreveu o diretor.

    Para Boris Casoy, a carta deixa explícito o rompimento entre Bolsonaro e Barra Torres, que, segundo ele, existe desde que os dois divergiram na maneira de enfrentar a pandemia. “Eles podem até continuar sendo amigos apesar dessa divergência, o que acho difícil, pois eles não se falam mais”, disse.

    Boris recordou que o presidente não tem o poder de demitir Barra Torres do comando da agência, cujo mandato vai até 2024, e destacou que pessoas próximas do Palácio do Planalto já atuam na tentativa de acalmar os nervos entre ambos.

    A colocação de Barra Torres foi classificada como “muito dura” por Casoy. A assinatura no final da carta como almirante também teria “causado arrepios” no Planalto pela possibilidade de ter apoio militar, defendeu o jornalista. “O fato é que eles divergem desde o começo da pandemia e, agora, o presidente fez insinuações gravíssimas.”

    “A Anvisa não é nenhuma entidade santa. É uma entidade de governo, tem funcionários públicos, pode estar acontecendo muita coisa lá e o presidente da República pode ter informações. Se eu fosse o presidente Bolsonaro, eu me retrataria. Não sei se ele tem essa generosidade, essa posição magnânima de estadista”, afirmou.

    Boris disse duvidar da capacidade de Bolsonaro de “saber recuar e se retratar”, dizendo não parecer da personalidade do chefe do Executivo e que, caso tenha provas de irregularidades na Agência, deve apresentá-las ou mandar investigar.

    A atitude de Barra Torres também foi elogiada pelo comentarista, que classificou o texto como “na medida”. “Se ele aceita, se ele se cala em nome da governabilidade, ele está admitindo a possibilidade de ter havido alguma desonestidade.”

    “Eu faria um apelo ao presidente. O senhor está perdendo votos. Dê um ato de grandeza e se retrate de uma maneira que não lhe afete a honorabilidade. Mas quem conhece a personalidade do presidente sabe que isso é muito difícil”, finalizou.

    MP do Refis

    Reforma trabalhista

    Em entrevista à CNN, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia comentou a fala da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e do ex-presidente Lula, que defenderam a revogação da reforma trabalhista. Maia afirmou que é preciso debater a revogação de leis para evitar insegurança jurídica, e que a maior queda de produtividade do trabalho aconteceu durante o governo de Dilma Rousseff, entre 2013 e 2016.

    Tragédias naturais no Brasil

    O começo do ano no Brasil é conhecido historicamente por uma série de tragédias naturais ocasionadas pelas chuvas. Só em 2022, as enchentes na Bahia, o deslizamento em Capitólio e o transbordamento da barragem em Pará de Minas causaram dezenas de mortes, afetaram milhares de outras pessoas e aumentam os questionamentos sobre os sistemas de monitoramento e alerta no país.

    O Liberdade de Opinião teve a participação de Boris Casoy e Fernando Molica. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.

    As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.

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