Mercados abrem semana de olho em reajuste a servidores e ainda sob efeito do Fed
Dados de juros e de emprego nos Estados Unidos, divulgados na semana passada, seguem sendo o foco do mercado nesta segunda-feira
O mercado financeiro global começou a semana ainda refletindo a previsão de juros mais altos nos Estados Unidos.
Começando pelo exterior, os futuros americanos operavam em queda na manhã desta segunda-feira (10), com investidores ainda refletindo o tom mais duro da ata do Comitê de Política Monetária americano (Fomc) e os fortes dados de emprego nos EUA (payroll), na semana passada.
A ata e o payroll indicam que os juros podem subir mais rápido nos Estados Unidos, diante da inflação elevada e do mercado de trabalho aquecido. Juros altos tiram atratividade das bolsas, por isso o desempenho fraco dos índices ao longo da primeira semana do ano.
Nesta semana, as atenções se voltam aos dados da inflação americana, com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), na quarta-feira (12), e as divulgações do balanço dos bancos, na sexta (14).
Na Ásia, as bolsas fecharam mistas, refletindo os juros americanos. No entanto, índices na China avançaram, com reguladores prometendo medidas para diminuir a volatilidade do mercado. Ações também subiram, com investidores buscando pechinchas depois das fortes quedas das ações das Techs nas últimas semanas.
Na Europa, bolsas seguem o clima de cautela em Nova York e operam estáveis ou com leve queda.
Investidores monitoram também o encontro de diplomatas americanos e russos em Genebra, na Suíça, para tentar reduzir as tensões na Ucrânia.
Brasil
Vindo para o Brasil, destaque para as falas do presidente Jair Bolsonaro (PL). O presidente da República disse no sábado (8) que nenhum reajuste para servidores está garantido, nem mesmo para os policiais federais.
Após ter vetado o refinanciamento de dívidas para pequenas empresas, o presidente também disse que trabalha numa solução para a questão. Associações que representam pequenas empresas e parlamentares ligados a elas se articulam para derrubar o veto.
Com pressões sobre gastos do governo ainda em foco por aqui e com cautela no exterior, a bolsa segue sem gatilho positivo para se recuperar de forma mais consistente.
O Ibovespa futuro operava em queda de 0,30% nesta manhã, a 103.080 pontos. O dólar subia 0,18%, valendo R$ 5,64. Já o S&P 500 futuro caía 0,28%, a 4.663 pontos.
Agenda do Dia
No Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, o mercado reduziu a expectativa para a inflação de 2021, de 10,01% para 9,99%,
Vale lembrar que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechado de 2021 sai nesta terça-feira (11). Para 2022, a previsão de inflação segue em 5,03%, acima do teto da meta.
A previsão paro o PIB de 2021 foi mantida em 4,5%, mas a previsão para este ano caiu mais uma vez, e passou para 0,28%. Com a previsão de inflação acima da meta, o mercado espera a Taxa Selic maior este ano. A revisão subiu de 11,5% para 11,75%.
Outro destaque da agenda está a divulgação da balança comercial, às 15h. No exterior, agenda mais vazia, com destaque para o desemprego da zona do euro, que caiu para 7,2%, dentro do esperado pelo mercado.