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    Dólar cai, mas encerra 1ª semana de 2022 em alta; bolsa sobe 1,14% no dia

    Apesar do avanço, Ibovespa encerrou a semana em queda de 2%

    Dólar deve encerrar a primeira semana de 2022 em alta
    Dólar deve encerrar a primeira semana de 2022 em alta Maxim Hopman/Unsplash

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* em São Paulo

    O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (7), mas encerrou a primeira semana de 2022 com alta, refletindo a possibilidade dos juros nos Estados Unidos subirem mais cedo e mais rápido que o esperado. Já o Ibovespa sobe após a divulgação do relatório de emprego norte-americano.

    A moeda norte-americana teve queda no dia de 0,85%, a R$ 5,631, atingindo a máxima de R$ 5,710 e a mínima de R$ 5,620. Na comparação semanal, subiu 1,05%.

    O Ibovespa encerrou o pregão em alta de 1,14%, a 102.719,47 pontos. Na primeira semana do ano, porém, a queda acumulada é de 2%, depois de três sessões seguidas de queda entre a segunda e a quarta-feira.

    Na quinta-feira (6), o dólar teve o primeiro recuo de 2022, fechando em R$ 5,68 após cair 0,57%. Já o Ibovespa teve a primeira alta, subindo 0,55%, a 101.561,05 pontos.

    Já nesta sexta-feira, o relatório de emprego não-agrícola dos Estados Unidos trouxe um resultado abaixo das expectativas do mercado. Foram criadas 199 mil vagas, ante a previsão de cerca de 400 mil.

    Caso os empregos estivessem se recuperando a um nível dentro do esperado pelo banco central do país, o Federal Reserve, a expectativa de antecipação de alta de juros aumentaria.

    Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, afirma que o resultado de geração de vagas “frustrou as expectativas”, mas a taxa de desemprego veio melhor que o esperado.

    “A taxa de desemprego ter vindo melhor que a esperada é um vetor bastante forte para a já elevação da taxa da Fed Funds Rate ainda em março, com o mercado já precificando em mais de 80% de chance”, diz. A Ativa projeta elevação apenas no mês de maio.

    A expectativa de alta em março ganhou mais força após a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, em que a possibilidade de subir os juros mais cedo e em um ritmo mais rápido foi citada pela autarquia devido ao quadro inflacionário do país.

    “A ata do Fed para a reunião de dezembro foi ‘hawkish’ (mais dura em relação à inflação) e riscos menores relacionados à variante Ômicron significam que o Fed pode ser ainda mais ‘hawkish’ agora”, disse o Citi em relatório divulgado nesta sexta-feira.

    “Com os rendimentos dos Estados Unidos provavelmente subindo com a aproximação do aumento de juros pelo Fed, esperamos um câmbio de mercados emergentes mais fraco” no início de 2022, acrescentou o credor norte-americano.

    Como o mercado norte-americano é tradicionalmente mais atrativo, pela segurança, a alta de juros atrairia ainda mais os fluxos de investimento, afetando negativamente os mercados de diversos países, entre eles o Brasil, com a retirada de capital.

    O Citi aponta, porém, que o Brasil ainda deve se beneficiar de um “carry”, a taxa de retorno de investimento oferecida por uma moeda, mais alto devido à elevação de juros mais rápida no país do que em outros mercados emergentes.

    Internamente, os investidores ainda temem um aumento dos gastos públicos pelo governo federal em resposta às reivindicações de servidores públicos por aumento de salário, o que agravaria o quadro fiscal do país.

    *Com Reuters