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    Mercados reagem com surpresa a tom mais duro do Banco Central americano

    Tom mais duro do que o mercado esperava surpreendeu os investidores, e bolsas ao redor do mundo vivem dia de baixa nesta quinta-feira

    Priscila Yazbekda CNN Em São Paulo

    Os mercados ao redor do mundo refletem, nesta quinta-feira (6), a ata do Banco Central americano (Fed), que surpreendeu os investidores.

    O grande destaque desta quarta-feira (5) foi a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária americano (Fomc).

    Depois de meses dizendo que a inflação é transitória e sinalizando que não subiria os juros tão cedo, o Federal Reserve (Fed) mudou o tom, e foi muito mais duro do que o mercado esperava, dizendo que o fortalecimento da economia e a inflação alta podem levar a aumentos mais rápidos de juros.

    Os principais pontos destacados por analistas foram a probabilidade precificada da subida de juros acontecer em março, passando de 63% para 81%, e a maior probabilidade do FED promover quatro altas de juros em 2022, ao invés de duas.

    Membros do Fed também defenderam o início da redução do balanço patrimonial de US$ 8,8 trilhões do BC americano após a primeira alta de juros.

    Da última vez que reduziram o balanço, a redução começou dois anos depois da alta dos juros, então, dessa vez, o intervalo deve ser menor.

    Conforme destaca a Genial Investimentos, antes da pandemia, o Federal Reserve tinha cerca de US$ 4 trilhões em seu balanço. Com as compras de ativos na pandemia, esse número passou para quase US$ 9 trilhões, e virou o principal comprador de ativos dos Estados Unidos.

    É como se o principal investidor do mercado americano falasse que vai comprar menos. Isso explica a queda das bolsas nos EUA e no resto do mundo.

    Na Ásia, as bolsas fecharam em queda, refletindo as baixas em Nova York. Na Europa, ações negociavam em forte baixa pela manhã.

    Brasil

    Vindo para o Brasil, a perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos derrubou a bolsa na véspera.

    O Ibovespa caiu 2,42% na quarta-feira, indo para o patamar dos 101 mil pontos, pior pontuação desde 30 de novembro.

    Ações de tecnologia, que são as que mais sofrem com aumento de juros, desabaram. A Locaweb caiu quase 13%, Méliuz 9%, e a Positivo 8,69%.

    O aumento de juros nos Estados Unidos atrai investidores do mundo todo para o mercado americano, que é o mais seguro do mundo, e fica ainda mais atraente com taxas maiores.

    Com isso, o dinheiro sai de países emergentes. Com a saída de dólares do país, a moeda americana fechou ontem em quase R$ 5,72.

    Além dos fatores externos, o cenário interno também ajuda a derrubar a bolsa brasileira. Pressões de servidores por reajustes salariais e sinalizações negativas de presidenciáveis sobre questões fiscais vêm pesando.

    O Ibovespa Futuro opera em leve alta de 0,11%, a 101.820 pontos, com o dólar em alta de 0,09%, a R$ 5,71. O S&P 500 Futuro tem queda nesta manhã de 0,04%, a 4.698 pontos.

    Agenda do Dia

    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acabou de divulgar a produção industrial de novembro, que registrou leve queda de 0,2% em novembro ante outubro. O mercado esperava alta mensal de 0,1%.

    Apesar de estar próximo da estabilidade, o número é o sexto negativo seguido registrado pelo setor, que acumula uma queda de 4% de junho a novembro. Em relação ao patamar de produção de fevereiro de 2020, antes do começo da pandemia, a produção industrial ainda fica 4,3% atrás.

    Na agenda internacional, os EUA divulgam os dados de pedidos de seguro-desemprego e a balança comercial. Na Alemanha, saem os dados oficiais de inflação.