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    Máscara não afeta respiração ou resposta cardíaca durante exercícios, diz estudo

    Uso da proteção facial é essencial para prevenir a transmissão de doenças respiratórias como a Covid-19 e a gripe comum

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    Com o avanço da vacinação, o retorno às atividades físicas em ambientes fechados como academias ganhou um novo fôlego. No entanto, epidemiologistas reforçam que o uso de máscaras ainda é essencial para prevenir a transmissão de doenças respiratórias como a Covid-19 e a gripe comum.

    Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) apontou que o uso da medida de proteção facial é seguro durante a prática de exercícios físicos em diferentes intensidades e não afeta de forma significativa os padrões de respiração e de atividade cardiovascular.

    Os resultados foram publicados em formato preprint, sem revisão por pares.

    Para a análise, 17 homens e 18 mulheres saudáveis realizaram testes cardiopulmonares em esteira. Os participantes realizaram duas sessões de corrida, uma com máscara de tecido de três camadas e outra sem o equipamento. Os especialistas avaliaram as respostas do organismo por meio da troca de gases expirados e inspirados durante o exercício em diferentes intensidades de esforço.

    “O estudo mostra que os mitos de que o uso de máscara durante o exercício físico seria prejudicial, afetando, por exemplo, a saturação de oxigênio do sujeito, não se sustentam. O uso da proteção não alterou significativamente o funcionamento corporal durante a prática de exercício moderado a pesado”, afirmou Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da USP, em um comunicado.

    Nos testes foram avaliadas diferentes características do organismo diante do esforço físico, como o consumo e saturação de oxigênio, a capacidade respiratória, o funcionamento cardiovascular e os níveis de ácido presentes no sangue (acidose).

    “A conclusão foi que as perturbações provocadas pela máscara foram muito pequenas, especialmente nas intensidades abaixo do esforço máximo, que são capazes de trazer enormes benefícios à saúde”, disse Gualano.

    Nas atividades de altas intensidades, foram percebidas pequenas alterações respiratórias. No entanto, segundo o pesquisador, o organismo está preparado para lidar com as mudanças devido a respostas fisiológicas compensatórias.

    “A saturação de oxigênio, a frequência cardíaca, a percepção do esforço, os níveis de lactato (medida indicativa do equilíbrio ácido-base no organismo), a pressão arterial, tudo isso está dentro do esperado, mesmo com uso da máscara e em intensidades criticas”, afirmou.

    (Com informações da Agência Fapesp)

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