Baronovsky: Princípio da precaução recomenda medidas mais restritivas contra Covid-19
No quadro Liberdade de Opinião desta quarta-feira (5), comentarista Ricardo Baronovsky avalia cancelamento dos blocos de rua no Rio de Janeiro em 2022
No quadro Liberdade de Opinião desta quarta-feira (5), Ricardo Baronovsky falou sobre a decisão do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), de cancelar o Carnaval de rua pelo segundo ano seguido na cidade. O anúncio foi feito na véspera, após reunião com o secretário de Saúde da cidade e líderes de blocos tradicionais.
Com o cancelamento anunciado no Rio na terça e em Curitiba, nesta quarta, chega a nove o número de capitais estaduais que não terão Carnaval de rua em 2022. Na capital fluminense, porém, o desfile das escolas de samba na Sapucaí e as festas particulares seguem autorizadas, contanto que seja respeitado o limite de público e a apresentação do passaporte da vacina.
Para Baronovsky, os recordes de infecção por Covid-19 nos Estados Unidos e o congestionamento hospitalar em países da Europa são fatores determinantes para a decisão – ele citou a prevenção como algo muito importante. O comentarista também destacou a falta de testes no Brasil após a chegada da variante Ômicron.
“Com todos estes dados, me parece muito arriscado fazer Carnaval. Ainda que seja uma festividade que gere milhares de empregos diretos e indiretos, o comércio macro, em sentido amplo, é aquele que ocorre de março até dezembro. Quem vai pagar a conta são os outros comerciantes, não os sazonais”, disse.
O comentarista também falou do sentimento dos trabalhadores após dois anos de pandemia. “O trabalhador não aguenta mais a suspensão dos contratos de trabalho, redução de benefícios, perda dos postos de trabalho, uma a cada três empresas fechadas”, concluiu.
Baronovsky disse concordar com a decisão tomada por Paes, que afirmou não conseguir fiscalizar os blocos de rua e a exigência da carteira de vacinação, classificando-a como “prudente”.
“Quando eu tenho uma situação hard case, uma situação difícil do direito constitucional entre a liberdade e a saúde pública, o que pesa mais é a saúde pública”, defendeu. “Como diria [o filósofo G. K.] Chesterton, um país que gasta muito tempo se divertindo, não se divertirá por muito tempo”, finalizou.
O Liberdade de Opinião teve a participação de Fernando Molica e Ricardo Baronovsky. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
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