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    “Perdemos um tempo precioso” de vacinar crianças antes do ano letivo, diz médica

    Pediatra e professora da Faculdade de Medicina da USP Ana Escobar falou à CNN nesta quarta-feira sobre a importância da vacinação de crianças

    Raphael CoracciniElis Francoda CNN Em São Paulo

    A iniciativa do Ministério da Saúde de impor muitas condições à aprovação da vacinação de crianças contra a Covid-19 atrasou o cronograma, que poderia já estar em andamento, com a vacinação de crianças entre 5 e 11 antes da volta às aulas.

    A opinião é da pediatra e professora da Faculdade de Medicina da USP Ana Escobar, que falou à CNN na manhã desta quarta-feira (5).

    “A primeira dose já poderia ter sido iniciada agora em janeiro, e a segunda dose, depois de três semanas. Já teríamos a perspectiva de boa parte das crianças começar o ano letivo com as duas doses da vacina. Perdemos esse tempo precioso”, disse a especialista.

    Depois de quase 20 dias da aprovação da Anvisa para a vacina infantil da Pfizer e de uma consulta e uma audiência públicas, o Ministério da Saúde seguirá com a vacinação de crianças e deve detalhar o plano de imunização nesta quarta-feira. Porém, o primeiro lote, que deve ser entregue até o final da primeira quinzena de janeiro, deve ser suficiente para vacinar apenas 6% das crianças brasileiras, segundo o analista da CNN Caio Junqueira.

    A pediatra espera que não seja necessário o cancelamento das aulas por conta de um eventual aumento de casos de Covid-19 no país, e classifica o ambiente escolar como seguro. “Conseguimos entender como o ambiente escolar pode ser mais seguro que na casa das crianças porque elas usam máscaras e seguem mais estritamente os protocolos de segurança”, explicou Ana.

    Como mensagem aos pais, a pediatra diz que as crianças precisam de vacina e que os responsáveis devem encaminhar os pequenos para os postos assim que possível.

    “Essa vacina é segura, é eficaz, o mundo inteirinho está usando, não tem razão nenhuma para terem medo ou desconfiança. Vacinem seus filhos, não já nenhum efeito colateral de justifique a não vacinação”, disse a pediatra.

    Miocardite

    Estudos indicaram que a miocardite – inflamações do músculo cardíaco e do revestimento externo do coração – é um efeito colateral que pode ser causado pela vacina da Pfizer em jovens e adultos.

    Ainda assim, os riscos de miocardite são remotos e muito menores que os apresentados por quem contrai a Covid-19.

    Com relação à dose infantil, não houve registros de casos em crianças nos Estados Unidos até meados de dezembro e a chance de a vacina desenvolver esse quadro é de 0,0007% e está relacionado a condições pré-existentes, disse o gerente-geral de medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo Mendes, à CNN em dezembro.

    A professora da Faculdade de Medicina da USP dissee que a chance de desenvolvimento de miocardite é 20 vezes mais frequente entre pessoas que desenvolvem a Covid sem vacina do que entre os que se vacinaram. E entre estes, o desenvolvimento da miocardite causada pela vacina é benigna e temporária, completou a professora.

    Ana alerta que os pais devem ficar atento às desinformações que tentam desqualificar a vacinação. “Não fiquem com medo desse e de outros efeitos colaterais. Tem muitas fake news. O que o mundo está mostrando é que a vacina é segura e eficaz, vacinem seus filhos assim que chegar a hora deles”, exortou a especialista.