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    Carteira de dividendos: veja ações recomendadas por corretoras para janeiro

    CNN Brasil Business compilou os 19 papéis mais recomendados por 12 corretoras para o primeiro mês de 2022

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business , em São Paulo

    O ano de 2022 começou com um otimismo maior no mercado financeiro internacional, com preocupações reduzidas em relação à variante Ômicron. No Brasil, porém, os sinais desse otimismo ainda não chegaram, com temores de um aumento de gastos em meio a um ano eleitoral, fator que tradicionalmente traz volatilidade à bolsa.

    Além disso, o cenário para a renda variável não está tão favorável quanto no começo de 2021, com uma taxa Selic alta, incentivando um movimento para a renda fixa.

    O quadro, porém, não é totalmente negativo. A continuidade da reabertura da economia com o avanço da vacinação ajuda alguns setores da bolsa de valores a se recuperar em relação ao período da pandemia.

    Um estudo da Economatica também aponta que muitas ações fecharam 2021 desvalorizadas em relação a 2020, o que ajuda a melhorar o chamado dividend yield, a taxa de retorno do investimento a partir dos dividendos.

    Os dividendos são a parte do lucro de uma empresa que é repassado aos detentores de suas ações, e muitas corretoras realizam indicações de ações para se investir quando o objetivo do investidor é ganhar dinheiro a partir dos dividendos.

    Entretanto, o dividendo depende do lucro da cada companhia e, portanto, está ligado a questões macroeconômicas, e também setoriais e individuais de cada empresa, com suas influências no desempenho corporativo.

    Segundo Hugo Carone, responsável pela carteira da Nu Invest, a recomendação nesse cenário é de diversificar os investimentos. “Optamos por um perfil bem mais diversificado e com ativos fora do foco do mercado”, diz.

    A carteira

    Assim como em dezembro e novembro, a Taesa foi a companhia mais recomendada pelas consultorias para janeiro, de acordo com o levantamento do CNN Brasil Business. A empresa atua no setor de transmissão de energia.

    Para criar a carteira de dividendos de janeiro, o CNN Brasil Business reuniu as recomendações de 12 corretoras: Investmind, Guide, Órama, Bradesco, Terra, Planner, XP, Nu Invest, Agora Investimentos, BTG, Genial e Elite.

    Veja o que os analistas comentaram sobre as empresas mais recomendadas para janeiro:

    Taesa

    Ticker: TAEE11

    Comentário: BTG Pactual

    Vemos que Taesa possui uma eficiência operacional muito forte, o que garantiu à companhia uma sólida geração de caixa ao longo dos anos, permitindo que a empresa conseguisse distribuir uma boa parcela de seus lucros para os acionistas.

    A companhia possui um payout (percentual do lucro líquido distribuído em forma de provento) de cerca de 90%, o que sustenta o forte rendimento dos dividendos (e outros proventos) distribuídos aos acionistas.

    Dito isso, acreditamos que a Taesa continuará com um nível forte de eficiência operacional, entregando bons resultados nos trimestres à frente e, consequentemente, remunerando muito bem seus acionistas através da distribuição de proventos, o que abre espaço para uma forte expectativa do rendimento dos dividendos (dividend yield).

    Engie

    Ticker: EGIE3

    Comentário: Órama Investimentos

    A Engie é uma empresa com foco em geração de energia elétrica, mas também com participações em distribuição e em gás natural. Desde a privatização, foi excelente pagadora de dividendos, bem como excelente alocadora de capital, entrando em projetos atípicos com alta taxa de retorno e tendo sucesso consistente.

    Além das boas perspectivas associadas às iniciativas recentes no mercado de gás e em eólicas, recomendamos a ação nesta carteira especialmente pelos proventos recorrentes que a companhia paga aos acionistas.

    Vale

    Ticker: VALE3

    Comentário: Investmind

    A Vale é uma das maiores empresas de mineração do mundo e capturou o movimento de alta das commodities no primeiro semestre do ano. Com a queda brusca do preço do minério de ferro, chegando a US$ 90/ton, o preço-alvo reflete um patamar mais baixo nas receitas da empresa ainda esse ano.

    Entretanto, já observamos uma estabilização do minério em torno da média de US$ 120/ton, em linha com nossas expectativas para a média anual e de longo prazo, então ainda enxergamos um upside considerável para o papel.

    Assim, seguimos com nossa tese de que a Vale deve continuar a se mostrar eficiente na operação e apresentar alto dividend yield.

    Petrobras

    Ticker: PETR4

    Comentário: Guide Investimentos

    A Petrobras segue apresentando bons resultados em meio a retomada dos preços do petróleo e o dólar em patamares mais elevados. Avaliamos que a governança da companhia evoluiu muito ao longo dos últimos anos e tem conseguido blindar possíveis intervenções, mesmo com a recente troca no comando.

    A companhia segue apresentando bons volumes de produção e redução no seu lifting cost (custo de extração) com maior participação das operações do pré-sal no portfólio. Esperamos a entrada em operação de novos poços a médio prazo, contribuindo para o aumento na produção.

    Alupar

    Ticker: ALUP11

    Comentário: BTG Pactual

    A Alupar é uma concessionária de transmissão e geração no Brasil. Em 2017, incluindo os ativos em construção, a empresa tinha R$ 2,15 bilhões em RAP (receita anual permitida) de transmissão e 687 MW médios de capacidade de geração.

    Nenhuma das concessões da empresa expira antes de 2030, tornando este gerador de fluxo de caixa estável em um potencial pagador de dividendos relevante por muitos anos consecutivos.

    A companhia negocia a uma TIR (Taxa Interna de Retorno) implícita de 9,5%, pois tem ativos ainda em construção. Porém, a maior parte dos projetos entra em operação esse ano e ano que vem, e esperamos um aumento nos dividendos. É uma empresa é muito bem gerida e uma ótima alocadora de capital.

    Itaúsa

    Ticker: ITSA4

    Comentário: Investmind

    A holding segue diversificando seu portfólio em uma tentativa de ser menos dependente e correlacionada com os resultados do Itaú Unibanco. Os destaques recentes ficam por conta da cisão da XP Inc., da incorporação da Aegea e da alteração de razão social da Dexco (antiga Duratex) e da Copa Energia (antes Copagaz).

    Mesmo tendo boas perspectivas para os demais negócios do conglomerado, dificilmente o banco não será o principal driver da Itaúsa pelos próximos anos, devido à diferença de robustez dos negócios. Além disso, temos observado resultados duvidosos sobre o bottom line do banco, o que nos deixa preocupados sobre sua capacidade de crescimento nos próximos anos.

    Entretanto, nos chamou a atenção a evolução do desconto entre o valor de mercado da Itaúsa e o valor de mercado da soma de suas partes. Acreditamos, assim, que a holding ainda tem um caminho a percorrer de valorização das suas ações, que também pode ser acompanhada por uma recuperação ainda mais relevante dos números do Itaú Unibanco e das demais empresas do conglomerado no 2º semestre.

    Dessa forma, como acreditamos que o papel está descontado em relação ao seu real valor de mercado e a Itaúsa se configura como uma boa pagadora de dividendos.

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