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    Variante Ômicron será grande desafio econômico para a China, diz cientista político

    Christopher Garman, diretor para as Américas do Grupo Eurasia, comentou à CNN sobre o relatório desenvolvido pela consultoria que aborda os riscos globais para 2022

    Vinícius TadeuProduzido por Thaís Herédia e Ludmila Candalda CNN São Paulo

    O cientista político Christopher Garman, diretor executivo para as Américas do Grupo Eurasia, comentou em entrevista à CNN nesta segunda-feira (03) sobre o relatório elaborado pela consultoria que aponta para os principais riscos globais em 2022. Para Garman, a China enfrentará “um grande desafio” diante do avanço da variante Ômicron da Covid-19. 

    Segundo o cientista político, “a China vem desenvolvendo uma política muito robusta de tolerância zero para a Covid-19” por meio de lockdowns severos. Com isso, de acordo com Garman, um forte impacto econômico pode ser gerado para manter uma política dura contra o coronavírus. Ainda segundo ele, a variante Ômicron, que foi identificada inicialmente em países do sul da África, traz desafios maiores do que os causados por outras cepas da Covid.

    Para o diretor do Grupo Eurasia, uma China com mais dificuldades e menos crescimento é um risco importante para o mundo neste ano e, inclusive, pode trazer consequências para o Brasil. “A política econômica da China vai ser mais complicada em 2022, e isso pode se traduzir num crescimento econômico menor para a segunda maior economia e tem uma relevância maior para o Brasil”, disse Christopher.  

    Ainda de acordo com o cientista político, o contexto geopolítico atual representa uma grande desigualdade em que “as grandes potências estão olhando mais para dentro do que para fora”, fazendo com que a capacidade de coordenação global esteja diminuindo. “A manifestação mais clara que a gente viu foi a Covid-19, onde houve uma baixa coordenação entre as principais potências do mundo”, considero. 

    No entanto, Garman descartou a possibilidade de uma nova “guerra fria” entre Estados Unidos e China ou até mesmo um conflito militar envolvendo as duas nações. Ele diz não acreditar nesse cenário pois “as duas potências não têm interesse em conflitos armados até porque suas economias são mais interligadas”.  

    Quanto às mudanças climáticas, o cientista político avaliou que “o desafio climático pode ser colocado como o maior desafio global que nós temos como um todo”. A realização da COP 26, de acordo Garman, gerou boas reações pelo fato de mais países darem sinais de ambição e estabelecerem metas concretas para a redução das emissões de carbono. No entanto, o diretor do Grupo Eurasia considera que os compromissos firmados estão muito aquém do necessário para evitar o aumento da temperatura global.  

    “Não só estamos sofrendo do lado da reorientação do consumo, devido à Covid-19 que está levando ao aumento de preços e dificuldades com cadeia de produção, mas também aumento de preço de energia associado a essa transição verde”, disse Garman.