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    Indústria do Brasil fecha 2021 com queda e em “condição delicada”, mostra PMI

    Índice em dezembro repete taxa de 49,8 vista em novembro, em leitura que indica contração de atividade

    Por Camila Moreira, da Reuters

    A indústria brasileira registrou contração em dezembro, com volumes menores de vendas e produção, encerrando 2021 em “condição delicada”, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da IHS Markit.

    O levantamento divulgado nesta segunda-feira (3) mostrou que o índice repetiu em dezembro a taxa de 49,8 vista em novembro, com o PMI fechando os últimos três meses do ano com o pior desempenho trimestral desde o segundo trimestre de 2020.

    Leitura abaixo de 50 aponta contração da atividade.

     

     

    “Apesar de começar 2021 com uma base sólida, o setor industrial encerrou o ano em contração. As empresas reduziram a produção e em geral interromperam os esforços de reabastecimento, já que a recuperação da demanda antecipada não se concretizou. Com os clientes tendo produtos suficientes em seus depósitos, os novos pedidos diminuíram em dezembro”, explicou a diretora associada de Economia da IHS Markit, Pollyanna De Lima.

    O último mês do ano foi marcado por volumes menores de vendas e produção, com os respectivos subíndices permanecendo em contração em dezembro.

    De acordo com a IHS Markit, a queda nas vendas deveu-se à fraqueza da demanda doméstica por produtos, bem como amplos estoques entre clientes e problemas no setor automotivo.

    “Se o banco central for bem-sucedido em reduzir a inflação no próximo ano, após sucessivos períodos de aumento agressivo das taxas de juros, uma melhora nos salários reais das famílias pode levar a uma recuperação do consumo”, completou De Lima.

    Por outro lado, houve recuperação nos pedidos do exterior, que aceleraram pelo segundo mês seguido e no ritmo mais forte em mais de um ano.

    Ainda assim, a demanda interna e as pressões sobre os preços levaram os fabricantes a restringir a compra de insumos em dezembro.

    Os custos dos insumos continuaram subindo em dezembro, com as empresas mencionando preços mais altos de energia, matéria-prima e transporte em meio a problemas persistentes na cadeia de suprimentos, escassez de matéria-prima e valorização do dólar.

    Ainda assim a taxa geral de inflação enfraqueceu para uma mínima em 17 meses, e parte dos custos adicionais foi repassada aos clientes.

    Em dezembro, a criação de empregos no setor industrial quase parou, uma vez que as empresas foram capazes de se manter no máximo das cargas de trabalho devido à demanda enfraquecida.

    Mas os empresários do setor mostraram-se otimistas de que as tendências de demanda e investimento melhorarão em 2022, ajudando no crescimento da produção.

    Segundo a pesquisa, o otimismo também estava relacionado à esperança de que as condições climáticas sejam melhores e de que o setor automotivo se recupere. Isso tudo levou o nível geral de sentimento positivo a uma máxima seis meses em dezembro.

    “Mas contratempos recentes tornaram as empresas um tanto cautelosas em suas avaliações, com muitas adotando uma abordagem de esperar para ver nas decisões de gastos”, ressalvou De Lima.

     

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