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    Em meio a inundação, prefeito de Rio Branco vai a Brasília para selar entrada no PL de Bolsonaro

    Bocalom deve enfrentar braço direito do governador e ex-petista na disputa

    Pedro VenceslauPedro Duranda CNN , São Paulo

    Enérgico e efusivo o prefeito da capital mais distante do centro econômico do Brasil é conhecido por um adereço peculiar: o chapéu ao estilo Panamá.

    Ferrenho opositor do PT – que comandou o estado por 20 anos com os irmãos Viana -, Tião Bocalom resolveu aderir de vez ao bolsonarismo e anunciou sua ida ao PL, partido do ex-presidente, pelo qual pretende tentar a reeleição.

    “Infelizmente o PP local, aqui de Rio Branco, tomou a decisão de que eu não serei o candidato deles e terá um outro nome. Então não me restou outra opção se não deixar o Progressistas e ir para o PL, que é o partido do presidente Bolsonaro”, afirmou o prefeito em vídeo para as redes sociais.

    “Fazer o quê? A vida é assim. Não me deixaram outra alternativa. Eles me pediram pra sair. […] Estou saindo com muita tristeza”, completou.

    Na quinta-feira (29), Bocalom deixou a alagada Rio Branco, com 41 bairros atingidos pelas cheias do Rio Acre, e foi a Brasília. O motivo? Selar a benção da cúpula do PL e da família Bolsonaro pra ser o candidato do ex-presidente nas eleições deste ano. O articulador da aliança foi o senador Márcio Bittar (União Brasil).

    Os números pesam a favor da estratégia. Bolsonaro ganhou de Lula em Rio Branco nas últimas eleições presidenciais. Os resultados de 2022 mostram vantagem de 72,5% contra 27,5%, para o candidato do PL que, no Brasil, acabou derrotado.

    A CNN apurou que Bolsonaro prevê desembarcar no Acre no dia 22 de março. Deve encontrar um estado ainda castigado pelas chuvas que destruíram cidades inteiras. E um soldado político do bolsonarismo esperando no aeroporto, com a mão estendida, e muita disposição para usar a imagem do capitão reformado na campanha eleitoral.

    Fontes do cenário eleitoral no estado revelaram que a saída de Bocalom do Progressistas tem como gatilho a disputa dele com a deputada federal Socorro Neri, que também comandou a capital do Acre. O prefeito de Rio Branco também não está alinhado ao governador do estado, Gladson Cameli, que também é do antigo PP, hoje Progressistas.

    Cameli planeja apoiar o dentista Alysson Bestene, atual secretário de governo do estado. Ele foi ex-secretário da Saúde na época mais difícil da pandemia do coronavírus.

    Avaliar a viabilidade eleitoral do braço direito do governador para comandar Rio Branco era o objetivo de uma pesquisa interna encomendada pelo Progressistas e suspensa em meio às chuvas no estado.

    Bocalom e Bestene ainda devem ter pela frente o engenheiro e ex-prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, que trocou o PT pelo MDB em agosto de 2023, depois de ficar nove meses sem legenda. Eleito em 2012 e reeleito em 2016, Alexandre deixou a prefeitura para tentar ser governador do estado, mas perdeu.

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