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    Devemos insistir na prevenção no terceiro ano da pandemia, diz infectologista

    Em entrevista à CNN, médico comentou a situação dos profissionais de saúde e destacou importância da população em seguir com uso de máscara e vacinação

    Giovanna GalvaniLudmila CandalJuliana Alvesda CNN , em São Paulo

    Com o receio de que as festas de fim de ano tragam um novo aumento expressivo de casos de Covid-19 e gripe, o infectologista Evaldo Stanislau, que atua no Hospital das Clínicas da USP e é diretor da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), afirmou à CNN neste domingo (2) que o Brasil precisa focar em prevenção neste recém-iniciado terceiro ano da pandemia.

    “Temos que insistir na prevenção no terceiro ano da Covid. Temo que a gente ainda não esteja num nível de preparo adequado”, afirmou Stanislau.

    O infectologista apontou a situação dos profissionais de saúde nos hospitais – como a falta de pessoal, o cansaço, o subfinanciamento dos leitos e a baixa qualificação para cuidar dos pacientes – como empecilhos no meio do caminho caso haja um recrudescimento grande dos casos.

    Stanislau também comentou a situação das doenças não-transmissíveis e crônicas que tiveram o tratamento interrompido devido à lotação de pacientes com Covid-19 nos hospitais. “Temos que manter o equilíbrio entre cuidar do que é agudo e nossas doenças de sempre”, disse.

    No entanto, esse movimento também depende da população, afirmou o médico. “O comportamento da variante depende do comportamento das pessoas. Se continuarem se aglomerando e abrindo mão da mascara, teremos um contingente enorme de pessoas infectadas”, afirmou.

    Segundo o médico, o avanço da Ômicron provavelmente não causará uma superlotação dos hospitais tal qual vista no começo de 2020. “Isso é improvável pela vacinação expressiva no Brasil”, disse, ressaltando que os níveis de imunização no Brasil são maiores do que outros países que observam um aumento expressivo nas internações.

    Porém, essa característica da variante não é uma “autorização” para a falta de cuidados, ressalta.

    “Um dos riscos que não conseguimos afastar é que ela compromete uma quantidade muito grande de pessoas ao mesmo tempo, e matematicamente o que é pouco de muita gente acaba se tornando muito também”, disse.

    O infectologista também destacou os cuidados que os pais devem ter com crianças menores de 11 anos, que ainda não estão elegíveis à vacinação.

    “Cabe aos pais ter responsabilidade, colocar máscara [na criança] onde for possível e não expor seu filho a aglomerações que não trazem nada de positivo. Levar uma criança a um shopping, num centro comercial, numa praça de alimentação é um erro. As crianças infelizmente tem servido como um reservatório para o vírus”, analisou.

    Além das crianças, idosos, pessoas imunossuprimidas e grávidas ou puérperas também devem se atentar à Influenza, ressaltou Stanislau. “A partir do momento que me sinto doente, posso ter uma infecção inflamatória e buscar um teste para saber qual é a doença”, recomendou.

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