“Consulta pública está atrasando a vacinação das crianças”, diz Pedro Hallal
Epidemiologista da Universidade Federal de Pelotas (RS) disse à CNN que seria extremamente importante que as crianças já estivessem se vacinando
Com um aumento recorde de novas infecções diárias no mundo por Covid-19, e novos casos da variante Ômicron acontecendo, o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (RS), disse à CNN que “seria extremamente importante que as crianças já estivessem se vacinando.”
Ele comenta que “é uma pena que o ministro da Saúde esteja fazendo com que as crianças percam tempo para se vacinar contra a Covid-19.”
Hallal diz que espera que o Marcelo Queiroga, ministro da pasta, mude de ideia e acelere as aplicações, porque, segundo ele, “não tem nenhuma explicação cientifica para adiar esse processo de vacinação das crianças.”
Além disso, ele fala que a única coisa que essa consulta pública está fazendo é atrasar a vacinação nos menores.
Questionado sobre a possibilidade da Ômicron se espalhar pelo país, o especialista diz que “é inevitável que ela [Ômicron] chegue em termos de transmissão, o número de casos está disparando no mundo todo e vai disparar no Brasil. O que a gente espera é que o aumento de infecções não seja refletido no aumento de hospitalizações e mortes.”
Ele explica que isso acontece porque a variante Ômicron tem capacidade de transmissão muito maior do que qualquer versão anterior desse vírus.
“Por isso ela consegue se disseminar e infectar pessoas vacinadas. Contudo, ela não consegue causar um caso grave nas pessoas que tomaram as doses do imunizante”.
Ele pontua que a de barrar o contágio é a vacinação com as doses de reforço.
“O Brasil sempre foi um sucesso de vacinação, então, assim como o país foi um sucesso nas duas primeiras doses, depois que vencemos o período que o governo não queria comprar a vacina, ele se tornou um exemplo.”
Além disso, ele acredita que “assim que vencermos essa barreira de negacionismo com as crianças, vai ser um sucesso também com os menores.”
Hallal diz que a diferença de agora para o mesmo período do ano passado é a vacinação. “A nova variante transmite até mais do que a Gamma — que dominou o Brasil ano passado — mas a gente tem uma população mais vacinada e uma versão menos agressiva do vírus”, disse.
“Eu consigo ser um pouco otimista, eu não acho que a Ômicron vá causar tanto estrago quanto a Gamma causou ano passado”, avalia Hallal. Ele ainda indica que o momento não é hora de grandes eventos.
O epidemiologista aponta que é necessário barrar a transmissão com o “uso da máscara e todos aqueles cuidados de higiene, como lavar as mãos e evitar aglomerações, especialmente de 30, 40 pessoas — incluindo não vacinados”, alerta