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    Como aproveitar o Natal diante da ameaça da Ômicron

    Vacinação, ventilação, testagem e não aglomerar são as saídas apontadas pelos médicos entrevistados pela CNN

    Artur Nicocelida CNN* , São Paulo

    É provável que o Natal seja o evento mais aguardado por muitas famílias ao longo deste ano, principalmente após a pandemia do coronavírus isolar familiares e interromper diversos encontros.

    Mas os brasileiros – e o mundo – não devem esquecer que a Covid-19 ainda afeta diversos países.

    Em entrevista à CNN, o médico Elmer Huerta, oncologista e especialista em saúde pública, fez algumas recomendações sobre quais são as formas mais prudentes de realizar as comemorações de Natal, ao mesmo tempo que avançam os casos da variante Ômicron.

    Para Huerta, o primeiro ponto é lembrar que a pandemia não acabou. Mesmo com a vacinação contra a Covid-19 no Brasil em bom ritmo, “a cautela é muito importante”, afirma o médico.

    Dados do Ministério da Saúde mostram que, ao todo, mais de 75% da população brasileira já recebeu a primeira dose, e mais de 65,5% das pessoas estão com o esquema vacinal completo – ou seja, tomaram duas doses ou a vacina de dose única.

    Contudo, há no Brasil um número expressivo de municípios cuja adesão ao imunizante está abaixo dos 50% da população. Então, todo cuidado é pouco.

    “E é muito importante entender que a vacina é a única forma que temos de lutar [contra o coronavírus]”, diz o médico.

    O Brasil tem mais de 100 casos confirmados de Covid-19 causados pela variante Ômicron do novo coronavírus até a noite de quinta-feira (23). Os dados são de um levantamento realizado pela CNN Brasil, com informações das secretarias estaduais de Saúde de todo o país.

    Com isso, Huerta ressalta que a terceira dose é essencial.

    O governo federal anunciou em 18 de dezembro que irá reduzir o intervalo de aplicação do terceiro imunizante contra a Covid-19 de cinco para quatro meses. Ou seja, quem tomou a segunda dose até agosto, já pode tomar a terceira.

    O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em publicação no Twitter:

    Não aglomerar

    Outra indicação de Huerta é passar a sexta-feira (24) e o sábado (25) com a família, “não ir em lugares com muita gente”. Muitas capitais são conhecidas pela sua programação de Natal, mas o especialista recomenda que se resguardar é a melhor solução.

    O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, tem a mesma opinião que Huerta e afirmou, na última segunda-feira (20), que “[é melhor] uma festa cancelada, do que uma vida perdida”.

    “Ao mesmo tempo, o futuro é incerto, podendo assim surgir uma nova variante”, finaliza o médico sobe os riscos que a população pode trazer caso não se proteja.

    Ventilação

    E também em entrevista à CNN, Bernardo Gomes, médico especialista de saúde pública, aponta outras duas saídas para comemorar o Natal. Entre elas está a ventilação. Ele explica que abrir as janelas parar circular o ar e, consequentemente, renovar a qualidade, é uma das formas de passar a festa de forma segura.

    “Temos de ter noção de que quando estamos em conjunto, uma percentagem do ar que respiramos já passou pelos pulmões de outra pessoa”, diz, sugerindo que os convidados não se limitem a confraternizar apenas à mesa.

    “E vale lembrar que não é recomendável fazer todo o ritual de janta no mesmo espaço”, afirma. “Vale escolher a casa com mais ventilação possível”.

    Rosana Richtmann, infectologista do Emílio Ribas, também recomenda que, caso seja necessário juntar a família, “que então sejam feitos pequenos núcleos no momento de se alimentar. Que jantem com as pessoas que convivem em casa; não junte todo mundo em uma única mesa”.

    E Leana Wen, analista médica da CNN e professora visitante da Universidade George Washington, afirma que ainda é necessário um distanciamento de 1,8 metro por pessoa o tempo todo. “Se possível, o encontro familiar deve ser feito em espaços abertos”.

    Testagem

    A segunda indicação de Gomes é realizar a testagem nos familiares. “Não há desculpas para sair de casa sem fazer um teste”, afirma, explicando que o quanto mais perto do encontro com os familiares melhor.

    Vale lembrar que qualquer pessoa consegue realizar testes rápidos em farmácias.

    “Não podemos e nem devemos achar que conseguimos controlar tudo. Temos que pensar em todos os riscos”, defende Gomes.

    Pensar no próximo

    “Nós precisamos da ajuda de todos para achatar a curva de infecção e evitar um colapso do sistema de saúde”, diz Leana. “Os hospitais já estão sobrecarregados”.

    Dessa forma, Rosana Richtmann afirma que “se tiver alguém com infecção respiratória, que não encontre sua família… não exponha o resto das pessoas”.

    E todos os especialistas destacam que os cuidados básicos – que já devem ser feitos diariamente – também precisam ser aplicados durante o Natal: usar máscara, lavar as mãos e passar álcool em gel.

    *Com Agência Brasil e Catarina Machado, da CNN Portugal

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