Você compraria a bala da arma que matou o seu ídolo?
Bala da arma que matou o John Lennon vai a leilão nesta semana -- e eu achei isso muito bizarro!
Como diz a bio aqui desse blog, eu sou muito fã de Beatles. Muito mesmo. Meu pai e meu irmão mais velho me iniciaram nessa paixão quando eu tinha uns 12 anos e não demorou muito pra eu descobrir que existia um mundo maravilhoso além de Twist and Shout e She Loves You.
Com 13 anos, eu já cantava a letra inteira de The Ballad of John and Yoko e já sabia que o Walrus, na verdade, era o Paul. Com 15, fiz minha tão esperada festa de debutante com uma banda cover dos Beatles – meus amigos da escola não curtiram muito, mas meus pais e minhas tias se jogaram na pista. E aos 18, eu fiz minha primeira tatuagem: a frase “living is easy with eyes closed”, de Strawberry Fields, em homenagem ao meu amado pai, que era cego.
Por que eu tô contando tudo isso? Não é pra bancar a fãzona, nada disso. É pra explicar que, mesmo sendo tão fã, eu jamais – JAMAIS – gastaria meu dinheiro comprando a bala da arma que matou o John Lennon. Detalhe: não é nem a bala que matou o John, é uma bala qualquer da MESMA arma que o Mark Chapman usou no dia.
Eu super entendo a vontade de ter algo raro do ídolo e se sentir exclusivo por isso. Quando você faz parte de um grupo de fãs, você quer ser o que sabe mais, o que chegou mais perto, o que tem mais histórias. É comum. Mas por que raios alguém ia querer uma lembrança do dia em que o ídolo foi assassinado? Tipo, “tô aqui tomando meu café na sala de casa e olhando pra bala da arma que matou a pessoa que eu mais admiro, agora dá licença que eu vou ouvir o Revolver” (sem pegadinha com o nome do disco, é porque é meu preferido mesmo).
Sei que não é a primeira e nem última vez que objetos bizarros são leiloados por aí e sei também que alguém vai desembolsar uma boa grana nessa bala. A casa de leilões, inclusive, já disse que existe mercado pra praticamente qualquer coisa dos Beatles e acredita que o evento vai movimentar uma legião de colecionadores por se tratar de um lote “único”. Enquanto isso, eu prefiro continuar sendo a fã que gasta dinheiro com quadros, livros, canecas e principalmente discos – afinal, é a música que tem que eternizar esses caras.