Políticos foram convencidos antes de ato na Paulista a não atacar STF, só Malafaia não aceitou, dizem fontes
Em discurso, Malafaia afirmou que o ministro do STF Alexandre de Moraes "tem lado"
Em conversas prévias ao ato-pró Bolsonaro na avenida Paulista, houve um alinhamento entre os políticos que discursariam para não atacar o Supremo Tribunal Federal, apurou a CNN. Só o pastor Silas Malafaia não aceitou.
Deputados e senadores receberam um apelo de pessoas próximas a Bolsonaro para passar uma mensagem de pacificação, a fim de que o ex-presidente sugerisse a anistia aos presos do 8/1 e falasse da sua própria situação.
Conforme pessoas com acesso às conversas, Mhttps://youtu.be/yXNQ1sAoQgcalafaia se recusou e disse que não atacaria o STF, mas contaria os fatos. Foi pedido a ele então que não citasse nominalmente nenhum ministro. Ele teria concordado, mas depois mencionou Alexandre de Moraes.
Aliados moderados de Bolsonaro defendiam que apenas o ex-presidente, Michelle Bolsonaro e Tarcisio de Freitas, governador de São Paulo, discursassem. O pastor, no entanto, era o organizador do evento e acabou decidindo a lista de oradores.
Causavam apreensão, especialmente, as falas do deputado Nikolas Ferreira e do senador Magno Malta, mas a avaliação é que nenhum deles saiu do tom. Na hora da manifestação, já se sabia, portanto, que Malafaia faria um discurso mais duro, mas ninguém esperava a menção a Moraes.
Procurado pela CNN, Malafaia afirmou que “protegeu” o STF no início da sua fala e que só citou “fatos”. “Só frouxo para não gostar do que eu falei. Eu não ataquei o STF, só falei fatos. Qual foi a acusação mentirosa que eu fiz? Conversa!”
Em entrevista ao Metropoles, Bolsonaro defendeu Malafaia, endossando que ele enumerou “fatos”, mas o ex-presidente não respondeu quando o jornalista perguntou sobre as menções a Moraes. Procurada, a equipe de Bolsonaro nega que tenha ocorrido conversas prévias de alinhamento.