Inter revisa para cima previsões do PIB e inflação em 2024
Projeção para o IPCA deste ano passou de 3,7% para 3,9%; expectativa para a Selic se mantém em 8,5%
Em relatório publicado nesta quinta-feira (22), o Inter revisou para cima as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 e deste ano. O documento ainda aponta para inflação mais forte em 2024.
Segundo das previsões, a atividade econômica do Brasil cresceu 3,1% em 2023, aumento de 0,2 ponto percentual (p.p.) ao estimado anteriormente. Para o quarto trimestre, o Inter prevê alta de 0,2%. O resultado oficial do PIB será publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 1º de março.
Para 2024, o banco também atualizou para cima a expectativa de crescimento, de 1,8% para 2%. Para a revisão, a instituição considerou o impulso fiscal do início do ano — resultado do pagamento de precatórios —, a retomada de crédito no segundo semestre e o avanço dos cortes na taxa de juros.
A estimativa para a inflação também foi revisada. Agora, o Inter prevê que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) em 2024 será de 3,9%. Antes, a expectativa era de 3,7%.
“O repique inflacionário recente, liderado por alimentos e serviços, deve resultar em uma variação de preços ligeiramente maior em 2024, mas ainda assim, uma desaceleração que deve permitir a continuidade dos cortes de 50 p.p. da Selic pelo Copom nas reuniões ao longo do 1º semestre do ano”, pontou o Inter.
As expectativas foram mantidas para a taxa Selic. A equipe do Inter vê novos cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), encerrando o ano em 8,5%.
Segundo o banco, o cenário externo benigno e o início dos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em meados de 2024 devem favorecer a continuidade do afrouxamento monetário no Brasil.
A divulgação ainda destaca o desafio do resultado fiscal, devido ao déficit primário de 2023 — resultado da combinação de redução na arrecadação e crescimento das despesas.
“O melhor desempenho da atividade e as medidas recentemente aprovadas podem contribuir para uma melhora nas receitas em 2024, mas ainda é necessário o controle dos gastos públicos, que ainda estão subestimados no orçamento, para que o déficit tenha redução em 2024”, afirma Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.
As projeções de déficit em 2024 é de 0,9% do PIB.